Segundo especialista, avanços médicos ampliam alternativas para pacientes com pouca área doadora e permitem soluções mesmo para calvícies avançadas

Os avanços recentes permitem que cada vez mais pacientes conquistem resultados naturais e expressivos, mesmo aqueles com calvície mais acentuada (Foto/Divulgação)
O transplante capilar vive um momento de expansão tecnológica e ganhos estéticos importantes. Segundo a médica Luiz Sampaio, especialista em transplante capilar e tricologia, os avanços recentes permitem que cada vez mais pacientes conquistem resultados naturais e expressivos, mesmo aqueles com calvície mais acentuada.
Em entrevista ao Pingo do J, da Rádio JM, ela destacou que os procedimentos atuais, como a FUE, técnica moderna e minimamente invasiva em que os folículos são extraídos individualmente da área doadora, garantem um acabamento muito mais harmônico que os métodos antigos. “Hoje, realmente conseguimos devolver cabelo e autoestima. Até pacientes muito calvos conseguem excelentes resultados, dependendo da avaliação e do planejamento”, afirma.
Entretanto, a médica explica que o ponto de partida continua sendo a região posterior da cabeça, principalmente a nuca, de onde são retirados os folículos mais resistentes à calvície. Essa área é limitada, já os fios não se regeneram após a retirada, o que não significa que o paciente fica sem alternativas. “É uma área finita. Você não pode fazer 20 transplantes durante a vida, então exige um bom planejamento”, ressalta a especialista.
Fios de outras partes do corpo ampliam o leque de opções
E quando a área doadora no couro cabeludo não é suficiente? Entra em cena um recurso que tem ganhado espaço no mundo todo: o uso de fios corporais. A técnica, conhecida como body hair, permite aproveitar fios da barba, peito e até pernas para complementar o transplante.
“Eu faço bastante body hair na clínica. Ele não substitui totalmente a área doadora tradicional, mas é uma excelente alternativa para preencher, complementar volume e atender pacientes com calvície avançada. E funciona muito bem”, afirma Sampaio. Segundo ela, embora os fios corporais tenham características diferentes, geralmente são folículos unitários, eles ajudam a criar densidade e podem transformar casos que antes não tinham solução.
A médica também comentou sobre a possibilidade de transplantar cabelo de outra pessoa. Enquanto pesquisas sobre transplante alogênico avançam em cenários experimentais, a prática ainda não é permitida devido ao risco de rejeição. “A unidade folicular é um órgão, por isso existe a possibilidade de rejeição. Mas a ciência está sempre caminhando”, explica.
Com planejamento, avaliação precisa e técnicas modernas, a tricologista reforça que praticamente todo paciente tem um caminho viável. “O que faz um transplante bonito é naturalidade e volume. E hoje nós temos recursos para entregar isso. Talvez não com 100% de cobertura em uma única etapa, mas sempre existe solução, e resultados lindíssimos”, finalizou.