O ortopedista Anderson Dias alerta que grande dos pacientes com fibromialgia são mulheres entre 30 e 50 anos, e muitas delas são professoras. (Foto/Divulgação)
A campanha do Fevereiro Roxo é voltada para a conscientização e prevenção de doenças crônicas. Entre elas, a fibromialgia merece atenção, especialmente entre um grupo específico de profissionais: as professoras.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 4% da população mundial é afetada pela fibromialgia, sendo que 90% desses casos são mulheres. Isso significa que elas têm de seis a sete vezes mais chances de desenvolver a doença do que os homens. No entanto, as causas dessa condição crônica ainda não são completamente compreendidas, e exames tradicionais, como o de sangue, o ultrassom ou a tomografia, não ajudam no diagnóstico.
Embora a relação entre o magistério e a fibromialgia ainda não tenha sido formalmente comprovada pela literatura científica, o especialista afirma que, em sua prática clínica, essa correlação é evidente. Segundo o médico ortopedista Anderson Dias, grande dos pacientes com fibromialgia são mulheres entre 30 e 50 anos, e muitas delas são professoras. “A pressão constante e o ritmo intenso do trabalho, aliados ao desgaste físico, são constatações que faço em meu consultório”, esclarece.
A fibromialgia se caracteriza por dores musculares persistentes no corpo todo, fadiga extrema, sono não reparador, alterações na memória e concentração, além de ansiedade e depressão. Esses sintomas podem prejudicar gravemente a rotina diária, especialmente no ambiente de trabalho, afetando a capacidade das profissionais de educação de desempenharem suas funções com qualidade.
"Às vezes a rotina fica tão intensa, que é comum a gente escutar das pacientes que ela não têm tempo de fazer nada além do trabalho e de cuidar de casa. Então, não é só o trabalho que ocasiona o problema, é necessário tirar um tempo para se cuidar e mudar os hábitos. Isso envolve atividade física, alimentação correta, dormir bem, melhor as relações de convívios interpessoais e ter cuidados com a saúde mental. Essa 'desintoxicação' faz com que a pessoa tenha menos chances de ter fibromialgia", finaliza o médico.