Um dos exemplos mais surpreendentes é o uso da IA em exames de retina (Foto/Ilustrativa)
A inteligência artificial (IA) está transformando o cenário da medicina de forma promissora, conforme pontuaram os médicos Luís Ronan e Lucas Camargos, do Sabin Medicina Laboratorial. Em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, os especialistas falaram sobre como as novas tecnologias vêm sendo aplicadas na área da saúde e com potencial real de salvar e prolongar vidas.
Um dos exemplos mais surpreendentes é o uso da IA em exames de retina. “Hoje, conseguimos identificar mais de 80 tipos de doenças apenas com uma fotografia do fundo do olho. É possível detectar indícios de Alzheimer com até 10 anos de antecedência, além de doenças como diabetes e hipertensão arterial”, destacou o gestor do Sabin Uberaba.
Esse tipo de tecnologia, segundo Luís Ronan, já está presente em dispositivos acessíveis, como os relógios inteligentes (smartwatches), e tem se mostrado útil também em áreas como medicina do sono e monitoramento cardiovascular. Ele citou o caso de um médico de Uberlândia, que criou um software capaz de identificar, em tempo real, sinais de infarto ou parada cardíaca. O sistema envia um alerta automático via SMS para o cardiologista, já com os dados vitais do paciente, permitindo acionar o socorro de forma imediata. Em Uberlândia, dois pacientes já foram salvos graças a essa tecnologia.
O médico Lucas Camargos reforçou que, embora alguns dispositivos ainda não sejam 100% precisos, o que realmente importa é a capacidade de detectar variações perigosas que podem levar a eventos graves. “Se o equipamento identifica um pico hipertensivo, por exemplo, isso já pode ser um sinal de alerta crucial”, explicou.
Os especialistas ressaltam que, no futuro, a IA tende a evoluir ainda mais, com o desenvolvimento de chips cerebrais, tecnologias de regulação hormonal e dispositivos voltados a melhorar a qualidade de vida de pacientes com diabetes ou neurodivergências. “Tudo isso vai ajudar o ser humano a viver mais e com mais qualidade”, afirmou Luís.
Além de transformar a medicina, a inteligência artificial deve provocar mudanças profundas também em outras profissões. De acordo com os especialistas, algumas áreas médicas tendem a desaparecer ou se reinventar completamente, enquanto outras já estão sendo remodeladas para integrar profissionais da saúde às equipes de tecnologia, especialmente na programação de sistemas voltados à área médica. “A gente não precisa ter medo, precisamos abraçar a modernidade. Podemos manter antigos hábitos ou, de forma gradual, buscar algo novo, que pode ser ainda melhor para a evolução e saúde do ser humano”, finalizou Luís Ronan.