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MG registra alta de 152% em injúria racial; Uberaba amplia mobilização contra o racismo

Joanna Prata 
Publicado em 27/07/2025 às 16:46
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Com mais de 1.800 ocorrências, o estado subiu para a terceira posição nacional em denúncias desse tipo de crime (Foto/Divulgação)

Com mais de 1.800 ocorrências, o estado subiu para a terceira posição nacional em denúncias desse tipo de crime (Foto/Divulgação)

Minas Gerais registrou um aumento de 152% nos casos de injúria racial em 2024, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Com mais de 1.800 ocorrências, o estado subiu para a terceira posição nacional em denúncias desse tipo de crime. Em Uberaba, o avanço na conscientização e nas ações de combate ao racismo tem sido puxado por iniciativas como as desenvolvidas pela Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB local, presidida pela advogada Lorrayne Francisca.  

Segundo a presidente, o crescimento no número de registros não significa necessariamente que o racismo tenha aumentado, mas sim que as vítimas estão mais dispostas a denunciar. “Acontece todos os dias há muito tempo. O que mudou é que as pessoas estão começando a levar isso a sério, acreditando mais na Justiça e na importância de formalizar a queixa”, avalia. A mudança na legislação, que equiparou as penas de injúria racial e racismo desde 2023, também contribuiu para o aumento das denúncias.  

A advogada destaca, no entanto, que muitas vítimas ainda têm dificuldade para identificar que sofreram injúria racial — especialmente quando o racismo aparece de forma sutil, disfarçado de piada ou comentário. “Existe o medo de gerar inimizade, de ser chamada de ‘mimimi’. Mas silenciar só fortalece esse comportamento”, alerta. Ela lembra que, além de ser crime, a injúria racial é imprescritível, ou seja, pode ser denunciada a qualquer tempo.  

Lorrayne também faz um diagnóstico sobre a realidade local: “Uberaba é uma cidade elitista e racista. Ainda existe uma resistência em reconhecer que as coisas mudaram, que não se pode mais associar cor da pele com capacidade ou posição social.” Para ela, a falta de diversidade e a perpetuação de valores antigos dificultam o avanço na luta contra o preconceito.  

Em Uberaba, a comissão da OAB tem trabalhado de forma ampliada, envolvendo não apenas advogados, mas também estudantes e a sociedade em geral. “Não é um tema que se resolve apenas no direito. Fizemos eventos abertos com profissionais de outras áreas, como da saúde mental, e já levamos palestras para pelo menos seis escolas da cidade”, explica Lorrayne. A proposta é atuar de forma educativa desde a infância para formar uma geração mais consciente.  

Como recado final, a advogada reforça a importância do autocuidado e da educação para o enfrentamento do racismo. “Se capacite, cuide da saúde mental e da autoestima. O problema não vai parar de acontecer, mas estar preparado psicologicamente faz toda a diferença. E nunca deixe passar em branco. Denunciar, buscar reparação, exigir respeito — esse é o caminho”, conclui. 
 

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