Os estudantes de Minas Gerais começam a vida escolar com forte presença na pré-escola, mas o desempenho cai à medida que avançam para etapas mais altas de ensino. É o que mostra o Anuário Brasileiro da Educação, divulgado nesta quinta-feira (25) pelo movimento Juntos pela Educação.
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O levantamento aponta que, embora 96 em cada 100 crianças ingressem na pré-escola, apenas 71 concluem o Ensino Médio até os 19 anos. A perda de desempenho também acompanha essa trajetória. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, apenas 47% dos alunos do 5º ano têm aprendizagem adequada em Língua Portuguesa e Matemática.
A situação se agrava nos anos finais do Ensino Fundamental: no 9º ano, só 19,5% apresentam nível satisfatório nessas disciplinas. Já no Ensino Médio, o cenário é ainda mais crítico: apenas 10,5% dos alunos do 3º ano chegam ao patamar esperado de aprendizado.
O estudo ainda mostra a distribuição de matrículas por rede de ensino: em Minas, 43,5% dos alunos estão na rede municipal, 37,5% na estadual, 18,9% na rede privada e 1,7% na federal. A predominância feminina se mantém entre os profissionais da educação, já que oito em cada dez professores e gestores são mulheres.
Em relação à infraestrutura, as escolas mineiras apresentam indicadores acima da média nacional. Enquanto no país 97,3% das escolas têm banheiro e 96,3% acesso à água potável, em Minas esses índices ultrapassam 99%. O estado também se destaca no esgotamento sanitário, presente em 81,6% das instituições, contra 57,9% no Brasil.
Outro dado positivo é que 79,2% das escolas dos anos iniciais possuem biblioteca ou sala de leitura, índice bem superior ao nacional, que é de cerca de metade das unidades. Já no acesso a laboratórios, o cenário é desigual: apenas 38% têm laboratório de ciências, mas 74,1% contam com laboratório de informática. Além disso, 80,9% das instituições dispõem de quadra de esportes.
O Anuário Brasileiro da Educação é uma publicação anual produzida pelo movimento Juntos pela Educação, que reúne e analisa os principais indicadores do setor no país. O documento traz dados sobre acesso, permanência, aprendizagem, condições de trabalho dos professores e infraestrutura das escolas, permitindo acompanhar os avanços e desafios da educação básica brasileira.