
Ao avistar um morcego durante o dia ou caído no chão, a pessoa não deve tocá-lo e deve acionar o Corpo de Bombeiros para a remoção (Foto/Divulgação)
O veterinário, especialista em animais silvestres, Cláudio Yudi explicou que o controle de morcegos em áreas urbanas deve ser feito por meio de barreiras físicas, e não pela eliminação dos animais. Segundo ele, o uso de telas, vedação de frestas e fechamento de acessos são as formas mais eficazes e seguras de impedir que os morcegos entrem em residências ou construções.
Em entrevista ao Pingo do J, o especialista destacou que os morcegos têm papel essencial no equilíbrio ambiental, atuando na polinização e no controle de insetos, além de se alimentarem de frutos. Yudi explicou ainda que, embora nem todas as espécies se alimentem de sangue, qualquer tipo de morcego pode transmitir o vírus da raiva, motivo pelo qual é fundamental evitar o contato direto com o animal e acionar o Corpo de Bombeiros em caso de aparições fora do comportamento habitual.
“Não se deve matar morcegos. Eles são fundamentais para o meio ambiente, pois ajudam na polinização das flores e no controle de insetos”, destacou o veterinário. Yudi lembrou que há diferentes espécies — frugívoras, insetívoras e hematófagas — e que, mesmo as não hematófagas, podem transmitir o vírus da raiva.
Ele orienta que, ao avistar um morcego durante o dia ou caído no chão, a pessoa não deve tocá-lo e deve acionar o Corpo de Bombeiros para a remoção. “Morcego não fica no chão. Se estiver ali, é porque está doente. Eles podem se tornar agressivos, então o ideal é chamar o resgate. E para combater os morcegos, é com barreira física, impedindo que esses animais entrem nas casas”, reforçou.
Cuidados com os animais domésticos
O veterinário também alertou para o risco de transmissão da raiva entre morcegos e animais domésticos, especialmente os felinos. Segundo Yudi, é comum que gatos tentem capturar morcegos em voo ou caídos no chão, o que pode resultar em mordidas e contaminação. “O gato pode tentar capturar o morcego e acabar sendo mordido. Por isso, hoje o risco de raiva está mais associado aos felinos do que aos cães”, afirmou. No caso dos animais errantes, um único gato contaminado, pode contaminar toda a colônia.
Ele reforça que a vacinação continua sendo a forma mais eficaz de prevenção, tanto para cães quanto para gatos, e que a imunização anual é essencial para interromper o ciclo de transmissão do vírus. Yudi lembrou ainda que o Brasil vem trabalhando há décadas para erradicar a raiva canina e felina, e que a manutenção das campanhas é fundamental para garantir que a doença continue sob controle.