Fim da safra impulsiona aumento do litro do etanol em Uberaba

Motoristas de Uberaba já devem ter notado nas bombas dos postos da cidade o aumento do litro do etanol. O movimento está diretamente ligado à redução da oferta com a proximidade do fim da safra 2025/26 e que deve se estender até o início da próxima moagem, prevista para abril do ano que vem. A alta também é reforçada por condições climáticas que vêm afetando a produção em regiões tradicionais do setor.   

Em Minas Gerais, o impacto já aparece no levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O preço médio do etanol subiu 0,7%, passando de R$ 4,26 para R$ 4,29/L. A gasolina também avançou, de R$ 5,98 para R$ 6/L (+0,3%). Com isso, o etanol passou a custar o equivalente a 71,5% do preço do combustível fóssil — percentual acima do limite de competitividade para o consumidor.   

Já em Uberaba, em postos onde o litro do etanol estava em R$ 3,89 no fim de outubro, nesta semana o valor já estava em R$ 4,19 nas bombas. Segundo a pesquisa mais recente divulgada pelo Procon Uberaba, o valor médio é de R$ 4,20 na zona rural e R$ 4,10 em postos urbanos. 

No cenário nacional, o movimento é semelhante. O preço médio do etanol ao consumidor no País aumentou de R$ 4,29 para R$ 4,31/L (+0,46%) na semana de 16 a 22 de novembro, segundo a ANP.   

Pesquisadores do Cepea/Esalq/USP explicam que os preços estão firmes devido à baixa oferta nas usinas e às chuvas recentes em regiões produtoras de São Paulo, que têm limitado a moagem. “Os valores dos etanóis anidro e hidratado seguem firmes há mais de um mês. A oferta foi reduzida e compradores mostraram menor interesse após maiores aquisições em semanas anteriores”, aponta a análise semanal.   

O etanol hidratado nas usinas paulistas subiu 1,13% na última semana e alcançou o maior valor nominal do ano, passando de R$ 2,8236 para R$ 2,8554/litro, de acordo com o Cepea/Esalq/USP. O anidro — utilizado na mistura da gasolina — também registrou avanço, chegando a R$ 3,2434/litro (+1,05%).   

A expectativa do setor é de que o período de entressafra mantenha os preços pressionados até abril, quando deve começar a nova safra de cana-de-açúcar e a oferta tende a se normalizar.