Secretaria Municipal de Saúde informou que o paciente aguardava transferência de leito para o Hospital de Clínicas da UFTM
Segundo informações do Hospital Regional, o paciente foi admitido na unidade no dia 2 de fevereiro (Foto/Arquivo)
Familiares de um homem de 86 anos entraram em contato com o Grupo JM, revoltados com a demora na internação do paciente em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo relato dos familiares, ele havia sofrido dois infartos e estava internado no Hospital Regional José Alencar Gomes da Silva há mais de 10 dias, aguardando a vaga na UTI.
Na tarde da sexta-feira (14), a assessoria de comunicação do Hospital Regional confirmou que o paciente veio a óbito. Conforme o relato dos familiares, o homem aguardava a transferência para uma UTI no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM).
A indignação dos familiares decorre por conta da demora na transferência para a UTI, diante de um quadro considerado por eles bastante delicado, em função dos dois infartos sofridos.
O Hospital Regional informou que o paciente foi admitido na unidade no dia 2 de fevereiro. Após avaliação médica, constatou-se a necessidade de atendimento de alta complexidade. Ainda no mesmo dia, a equipe técnica solicitou à Regulação Municipal, por meio do sistema Sisreg, a transferência do paciente para uma unidade especializada, capaz de atender às suas necessidades.
Ainda de acordo com a assessoria do Hospital Regional, durante todo o período de internação, os familiares, residentes em outro município, realizaram visitas presenciais nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro. Conforme registrado no sistema hospitalar, a família solicitou que as atualizações sobre o estado de saúde do paciente fossem repassadas por telefone. Sempre que o contato feito pela unidade foi recebido por um familiar, as informações médicas foram transmitidas de forma clara e transparente.
O paciente veio a óbito na tarde do dia 14. A equipe do Hospital Regional diz que prontamente entrou em contato com os familiares para prestar o devido suporte.
“Reafirmamos nosso compromisso com a assistência humanizada, seguindo rigorosamente os protocolos médicos e garantindo a segurança e o bem-estar de todos os pacientes sob nossos cuidados”, finaliza a nota do Hospital Regional.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o paciente aguardou transferência de leito para o HC-UFTM. “Atualmente, o HC-UFTM está com um alto nível de ocupação. A SMS destaca que está empenhada em atender todas as transferências necessárias e que o referido paciente está sendo devidamente assistido pela equipe do Hospital Regional”, diz a SMS.
Já o Hospital de Clínicas da UFTM, vinculado à Ebserh, disse que é um prestador de serviço para média e alta complexidade da Rede de Atenção à Saúde na Macrorregião Triângulo Sul e que recebe pacientes regulados via Complexo Regulador Municipal, que é o gestor pleno, o qual utiliza a ferramenta Sisreg. “Não é disponibilizada pelo gestor a visualização das solicitações feitas pela rede – fora e dentro do macro para o HC-UFTM”.
Na nota, o HC informa que envia o Censo Hospitalar três vezes ao dia para o Complexo Regulador, com taxas de ocupação e vagas disponíveis, “no entanto, a priorização e decisão da autorização ou não das transferências dos pacientes é de responsabilidade do Complexo Regulador”.
A reportagem do Jornal da Manhã questionou ao HC, SMS e Hospital Regional sobre o critério utilizado na notificação para a classificação do paciente. O questionamento foi se a solicitação foi como “vaga zero”, que é um recurso essencial para garantir acesso imediato aos pacientes com risco de morte ou sofrimento intenso, devendo ser considerada como situação de exceção, e não uma prática cotidiana na atenção às urgências.
Até o fechamento desta matéria não houve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.