Sem as telas, os estudantes passaram a interagir mais, fortalecer vínculos e demonstrar maior criatividade durante as aulas e nos intervalos (Foto/Divulgação)
A proibição do uso de celulares nas escolas da rede municipal de Uberaba tem gerado mudanças positivas no comportamento e na convivência dos alunos, segundo a secretária de Educação, Juliana Petek. Sem as telas, os estudantes passaram a interagir mais, fortalecer vínculos e demonstrar maior criatividade durante as aulas e nos intervalos.
Em entrevista ao Pingo do J, Petek explicou que, embora ainda não seja possível medir o efeito direto da proibição no aprendizado, já é visível a melhora nas interações sociais. “Neste momento, conseguimos mensurar o impacto nas relações. Com o não uso do celular, que não seja para fins pedagógicos, foi possível perceber que as crianças começaram a ter mais criatividade”, completou.
Além disso, a medida favoreceu o vínculo entre os estudantes, ampliou a dinâmica nas atividades escolares e ajudou a reduzir problemas de convivência. “O comportamento dos alunos mudou bastante. Quanto à convivência, nas relações, na forma do brincar, do agir e de se comunicar, foi uma política que teve impacto direto. Hoje vemos mais olho no olho e mais empatia”, observou a secretária de Educação.
Em Uberaba, a Prefeitura já vinha incentivando medidas para reduzir a presença dos celulares nas salas de aula e no recreio, como a promoção de brincadeiras tradicionais e a revisão da legislação municipal, que anteriormente limitava o uso apenas dentro das salas.
Tais iniciativas foram pontuadas por Petek, que destacou que grande parte das escolas da rede municipal investiram em alternativas para substituir as telas por jogos e atividades lúdicas e atrativas, fortalecendo o combate ao bullying e incentivando atividades coletivas. “Estamos ampliando a convivência e a empatia. Isso é fortalecimento de vínculo, e isso é muito importante”, pontuou.
O tema ganhou força no Brasil com a aprovação da lei federal que restringe o uso de celulares nas escolas públicas e particulares em todo o país, já em vigor neste ano letivo.
A norma prevê que os aparelhos só podem ser utilizados em situações específicas, como para fins pedagógicos, de acessibilidade ou para garantir a segurança do estudante.
Para os anos iniciais do Ensino Fundamental, os alunos não podem levar o celular para a escola. Já nos anos finais e no Ensino Médio, o uso é restrito a determinações dos professores.
Apesar de resistências iniciais, gestores e educadores da rede municipal e estadual relatam melhora na convivência e maior interação entre os alunos. Para a secretária Juliana Petek, o saldo até agora é positivo. “A retirada das telas trouxe mais humanidade para dentro da escola. E esse é o nosso objetivo”, finalizou.
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