Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde mostra que dos 808 municípios mineiros, apenas 137 estão em classificação satisfatória
O índice de infestação do mosquito Aedes aegypti em Uberaba em janeiro estava em 6,7, o que coloca a cidade em alto risco de transmissão das arboviroses (Foto/Reprodução)
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa/LIA) de 2024, realizado entre 8 e 27 de janeiro nos municípios mineiros. A pesquisa é uma ferramenta importante para direcionar as ações de controle das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika.
Dos 808 municípios participantes, 137 apresentaram um Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya. No entanto, 366 municípios estavam, no mesmo período, em situação de alerta e 305 em risco elevado para a transmissão dessas doenças.
Em Uberaba, segundo o LIRAa/LIA divulgado pela SES-MG, o IIP é 6,7, o que representa risco elevado para transmissão das doenças. O Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses aponta que no município já são 2.758 notificações de casos de dengue, com 311 casos confirmados e três óbitos em investigação.
Leia também: Fumacê inicia atividades segunda-feira em Uberaba
Conforme os dados do painel, a taxa de incidência de dengue em Uberaba é de 816,35 notificações por 100 mil habitantes. Já em relação à febre chikungunya, são 14 notificações e nove casos confirmados. Não há óbitos da doença. Não há casos de zika no município.
Os dados do LIRAa/LIA permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito está se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Por exemplo, os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucatas e entulhos.
Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras, etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.
Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.
Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro, etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos, etc.), com 9%.
Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d’água, tambor, depósitos de alvenaria, etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas, etc.), com 2,0% e 1,6%, respectivamente.