PREOCUPANTE

MG tem 305 municípios com alto risco de transmissão de dengue

Levantamento da Secretaria de Estado de Saúde mostra que dos 808 municípios mineiros, apenas 137 estão em classificação satisfatória

Tito Teixeira
Publicado em 29/02/2024 às 20:17Atualizado em 01/03/2024 às 07:20
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O índice de infestação do mosquito Aedes aegypti em Uberaba em janeiro estava em 6,7, o que coloca a cidade em alto risco de transmissão das arboviroses (Foto/Reprodução)

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou os resultados do primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa/LIA) de 2024, realizado entre 8 e 27 de janeiro nos municípios mineiros. A pesquisa é uma ferramenta importante para direcionar as ações de controle das doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya e zika.

Dos 808 municípios participantes, 137 apresentaram um Índice de Infestação Predial pelo Aedes (IIP) igual ou menor que 0,9, sendo classificados como satisfatórios e em baixo risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya. No entanto, 366 municípios estavam, no mesmo período, em situação de alerta e 305 em risco elevado para a transmissão dessas doenças.

Em Uberaba, segundo o LIRAa/LIA divulgado pela SES-MG, o IIP é 6,7, o que representa risco elevado para transmissão das doenças. O Painel de Monitoramento de Casos de Arboviroses aponta que no município já são 2.758 notificações de casos de dengue, com 311 casos confirmados e três óbitos em investigação.

Conforme os dados do painel, a taxa de incidência de dengue em Uberaba é de 816,35 notificações por 100 mil habitantes. Já em relação à febre chikungunya, são 14 notificações e nove casos confirmados. Não há óbitos da doença. Não há casos de zika no município.

Os dados do LIRAa/LIA permitem identificar os locais e os tipos de recipientes onde o mosquito está se proliferando, o que é essencial para direcionar as ações de combate ao vetor. Por exemplo, os depósitos móveis, como vasos de plantas e frascos, foram os mais frequentemente infestados, seguidos por lixo, sucatas e entulhos.

Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras, etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.

Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.

Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro, etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos, etc.), com 9%.

Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d’água, tambor, depósitos de alvenaria, etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas, etc.), com 2,0% e 1,6%, respectivamente.

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