Organização não-governamental União, de combate ao preconceito e discriminação contra os homossexuais realizou,ontem, em frente à entrada principal da Universidade de Uberaba, manifestação de repudio à morte do estudante Carlos Eduardo Martins, no dia 24.
As investigações da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil ainda não foram concluídas e, embora os policiais tenham instaurado inquérito trabalhando com a hipótese de latrocínio, muitas pessoas, inclusive amigos do estudante, acreditam que ele tenha sido vítima de homofobia. “Pelo que as pessoas que estavam com ele falam, foi isso mesmo o que aconteceu e, isso é uma coisa muito séria para ser deixada de lado”, conta Letícia Peracini, diretora da ONG.
De acordo com ela, o estudante era uma pessoa tranquila, de fácil convivência e que, inclusive, não ingeria bebidas alcoólicas, como se chegou a especular. “Sabemos que não foi ele quem começou essa briga e isso nos deixa ainda mais revoltados”, desabafa.
Questionada sobre o impacto que a morte de Carlos causou à comunidade homossexual em Uberaba, Letícia afirmou que todos estão “com muito medo e apreensivos sobre até onde o preconceito pode chegar”.
A recém-criada ONG União já atua há quatro anos na cidade como associação não-organizada e a mobilização de ontem serviu como pontapé inicial das frentes de ação, após a oficialização. A próxima atividade será realizada em 17 de maio, dia internacional de combate à homofobia.