Dados de 2025 mostram que a maior parte das ocorrências é de agressão física dentro de casa, reforçando a importância de políticas de prevenção e acolhimento especializado
Dados de 2025 mostram que a maior parte das ocorrências é de agressão física dentro de casa, reforçando a importância de políticas de prevenção e acolhimento especializado (Foto/Divulgação)
A violência doméstica e outras formas de abuso continuam sendo um problema sério em Minas Gerais, atingindo mulheres cis e também a comunidade LGBT+. Em 2025, Uberaba registrou 25 casos de violência contra gays, lésbicas e bissexuais, considerando todas as formas de agressão, sendo elas física, psicológica, sexual e autoprovocada. A maior parte das ocorrências aconteceu dentro de casa, principalmente com pessoas de 20 a 39 anos.
Em 2025, 338 dos 569 casos de violência em Uberaba ocorreram dentro de casa, a maioria com mulheres entre 20 e 39 anos, segundo o SUS
Em 2025, 338 dos 569 casos de violência em Uberaba ocorreram dentro de casa, a maioria com mulheres entre 20 e 39 anos, segundo o SUS
Desde o início do ano, Uberaba registrou 569 casos de violência contra mulheres, em que 90,37% (338 registros) ocorreram dentro das residências das vítimas, segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), disponibilizado no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Destes, 17 denúncias foram registradas com homossexuais em 2025, considerando gays e lésbicas, e oito com pessoas que se identificam como bissexuais, o que representa, respectivamente, 3,04% e 1,43% do total de ocorrências. Já com relação aos transgêneros, foram 10 registros no município, o equivalente a 1,79% do montante.
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No detalhamento dos tipos de violência, a agressão física aparece como a mais recorrente no público LGBT+, seguida por autoprovocada, sexual e psicológica. Considerando orientação sexual e identidade de gênero, os registros de Uberaba apontam para:
Os números apresentados pelo SUS vão de encontro à atuação da Delegacia da Mulher de Uberaba, que também atende casos de violência doméstica envolvendo casais homoafetivos.
Segundo a delegada titular, Mariana Pontes Andrade, as ocorrências mais comuns são de lesão corporal, e o tratamento jurídico segue os mesmos parâmetros da Lei Maria da Penha, desde que haja relação íntima de afeto e convivência. “O mais importante é que a vítima não se cale, para que possamos agir de forma rápida e eficaz”, ressalta a delegada Mariana Andrade.
Num contexto estadual, em Minas Gerais foram registrados 26.565 casos de violência contra a mulher em 2025, sendo 83,83% deles dentro de casa, com faixa etária mais afetada também sendo entre 20 e 39 anos. A comunidade LGBT representou 1,91% dos casos com homossexuais (gays e lésbicas), 0,56% bissexuais e 1,23% transgênero, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde.
Vale lembrar que o Centro de Referência Especializado em Saúde da População LGBT+ (CRESP-LGBT) oferece atendimento, orientação e acolhimento às vítimas, garantindo que tenham acesso a serviços de saúde, apoio psicológico e encaminhamento jurídico. Iniciativas como o Agosto Lilás reforçam a necessidade de conscientização sobre a violência doméstica e a importância de denunciar, promovendo a proteção e os direitos de todos, independentemente de gênero ou orientação sexual.