Inicialmente, o projeto Conecta Libras entra em fase de testes a partir do dia 11 de agosto, somente na Seds (Foto/Divulgação)
A Secretaria de Desenvolvimento Social vai firmar convênio com a Escola para Surdos Dulce de Oliveira para ampliar a acessibilidade em Uberaba. Denominado Conecta Libras, o projeto visa oferecer atendimento em Libras nas repartições públicas municipais, garantindo mais inclusão às pessoas com deficiência auditiva. Na avaliação do secretário Ernani Neri, a iniciativa promove autonomia e segurança para esse público, que muitas vezes é invisibilizado.
Inicialmente, o projeto Conecta Libras entra em fase de testes a partir do dia 11 de agosto, somente na Seds. A previsão do secretário é, após 30 dias, expandir para as demais estruturas dentro do Desenvolvimento Social. Na sequência, o convênio será estabelecido para ampliar ao atendimento ao público nas demais secretarias. "Imagina o quanto é difícil para esse público se fazer ser entendido. Eles se sentem excluídos o tempo todo e sem autonomia. Se chegam a uma loja não consegue pedir o que quer", comenta Ernani.
Nesse primeiro momento, os testes serão conduzidos por Mayara Rocha, diretora da Escola para Surdos Dulce de Oliveira. “Quando houver demanda, vamos acrescentar outros intérpretes. O objetivo é que a comunidade surda tenha um canal e um local onde possa realizar qualquer atendimento com autonomia, seja na Prefeitura ou nos hospitais”, explica ela ao JM.
Mayara conta que já havia apresentado um projeto semelhante à Seds em outras gestões, mas sem avanço. "Com a entrada do Ernani, ele veio com a ideia e nos apoiou. Foi muito solícito e juntou com a nossa vontade e a nossa ideia", comemora ela. O projeto inicial contava também com o desenvolvimento de Ana Paula Fernandes e Ariane Palhares.
Por isso, a proposta é que nesse período de testes a Escola Dulce de Oliveira desenvolva expertise para ampliar o serviço também com a iniciativa privada, promovendo ainda mais a inclusão da população surda. "Tem uma estimativa de algo em torno de 5 mil surdos em Uberaba", conta Ernani. É uma população que merece ser compreendida.
"O intuito é que os intérpretes que se interessarem atuem em forma de plantão, a depender da demanda. O atendimento vai ser via chamada de vídeo, pelo WhatsApp", explica Mayara. Essa tradução será simultânea, para garantir que o deficiente auditivo consiga se fazer compreendido durante o atendimento.
Contudo, Ernani Neri não descarta a possibilidade de prospecção de uma startup ou empresa que se interesse em desenvolver um aplicativo próprio para a Escola Dulce de Oliveira, sobretudo para apoiar também a ampliação do projeto junto à iniciativa privada. "Dando certo, a escola poderá 'vender' o projeto para empresas sensíveis à inclusão e acessibilidade, ampliando as possibilidades de captação de recursos desta, que é uma instituição que presta um grande trabalho à comunidade de Uberaba", finaliza Ernani.
Escola Dulce de Oliveira
A Escola para Surdos Dulce de Oliveira atua em Uberaba e não tem fins lucrativos. A instituição tem à frente a Mayara Rocha, que é também intérprete de Libras. A escola promove a educação infantil, até o quinto ano, e também atua no atendimento a usuários no Centro Dia. Atualmente, a escola atende 85 alunos e realiza 146 atendimentos no Centro Dia.
Por ser uma entidade filantrópica, a escola depende de doações da comunidade. Interessados em conhecer o trabalho podem entrar em contato pelo WhatsApp (34) 99283-5650. A chave PIX para doações é 17770900/0001-10.