A Câmara do Comércio Brasil-África de Agricultura, Pecuária e Tecnologia (CBAA) enviou ofício ao novo presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, no qual propõe a criação de grupo técnico, junto com o Ministério de Agricultura, Ambiente e Pescas daquele país, a CBAA e o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil. O objetivo é o desenvolvimento de implantação de projetos no setor de agronegócio, comércio e combate à fome.
O documento, assinado pelo presidente da CBAA, o uberabense Sinfrônio Júnior, destaca os processos de governança e desenvolvimento de Moçambique. A CBAA ainda ressaltou os esforços do governo moçambicano para incrementar a agricultura, o comércio e, especialmente, a política de combate à fome.
Para Sinfrônio, o empoderamento dos jovens através da Agricultura irá contribuir “para a construção de uma nova classe social forte, através do Agronegócio”.
A CBAA lembrou o déficit de cereais e outros produtos alimentares, de acordo com os dados do setor de Agricultura e Segurança Alimentar de Moçambique, o que impõe ao governo recorrer ao mercado externo para a importação de alimentos. Destaque para a compra de arroz no mercado externo, o que custa aos cofres moçambicanos pelo menos US$300 milhões por ano, exercendo enorme pressão sobre as finanças do país.
“A CBAA entende que existem condições objetivas para se reverter, com relativa rapidez, este cenário, tendo em conta que o país possui terras ricas, rios com abundância de água e, acima de tudo, recursos humanos motivados e preparados para esta empreitada. Existem diversos cenários possíveis de capitalização para esta reversão, incluindo melhor capacitação do setor familiar à implementação de uma agricultura mecanizada adaptada às condições do País, entre outras”, argumentou Sinfrônio Júnior.
O presidente da CBAA entende possuir condições concretas para, junto do governo moçambicano e outros parceiros locais, participar deste esforço, principalmente elegendo a promoção massiva da produção do arroz, milho, soja e outros produtos.
“Nosso objetivo é levar à frente, através da elaboração de projetos específicos ligados a estas áreas e envolvendo, especificamente, a população jovem, que, em estreita colaboração com as autoridades e parceiros de Moçambique, poderá contribuir decisivamente para combater a fome e melhorar a segurança alimentar, criar postos de trabalho e emprego para jovens e reverter o estado da balança comercial na agricultura, poupando moeda externa, que pode ser direcionada para outros propósitos estratégicos”, ressaltou Sinfrônio Júnior.
O Ministério da Casa Civil do governo de Moçambique informou que o assunto foi encaminhado ao Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, órgão central para decidir sobre a questão.