O movimento ganhou força após o documentário Máfia do Apito que relembrou a anulação de 11 jogos que alterou a disputa do título daquele ano (Foto/Instagram)
O Internacional voltou a colocar em pauta uma das maiores polêmicas do futebol brasileiro. O clube gaúcho formalizou, junto ao seu Conselho Deliberativo, um pedido para que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reconheça o Colorado como campeão nacional da temporada de 2005.
O movimento surge em meio à repercussão do documentário Máfia do Apito, que trouxe novamente à tona declarações de Edílson Pereira de Carvalho, árbitro suspenso por envolvimento no esquema de manipulação de resultados. O episódio, à época, levou à anulação de 11 partidas da Série A e acabou interferindo diretamente na disputa pelo título.
O conselheiro Leonardo Aquino foi quem apresentou o requerimento, ressaltando que o clube foi diretamente prejudicado pelas decisões da entidade. Segundo ele, o Inter tinha condições técnicas de conquistar a taça, mas acabou sendo afastado da briga após uma série de medidas que favoreceram o Corinthians.
A direção colorada relembra ainda episódios emblemáticos, como a não marcação de pênalti em Tinga na partida contra o Corinthians, no Pacaembu, quando Márcio Rezende de Freitas optou por expulsar o jogador colorado. Para os torcedores, aquele lance se tornou símbolo da injustiça.
O pedido também cita casos internacionais em que federações anularam conquistas devido a escândalos de arbitragem ou corrupção. O exemplo mais conhecido é o da Juventus, que perdeu títulos na Itália após o “Calciopoli”, e o do Olympique de Marseille, punido na França em 1993.
O presidente do Conselho, Gustavo Juchem, confirmou que o assunto entrará em debate na próxima reunião oficial e já foi encaminhado à atual diretoria para análise. O ex-presidente Fernando Carvalho, por sua vez, lembra que na época o clube foi pressionado a assinar um documento reconhecendo o Corinthians como campeão para não sofrer sanções da Fifa, como exclusão da Libertadores.
Para o Inter, porém, não se trata de “revisitar o passado” apenas por orgulho. A ideia é buscar reparação histórica e registrar oficialmente que a equipe foi a mais prejudicada em um dos campeonatos mais turbulentos da história recente.
Agora, resta saber se a CBF aceitará reabrir o caso ou se a discussão ficará restrita ao âmbito político e simbólico dentro do clube.