TELAS

As sequelas do uso excessivo de tecnologia por jovens

Psicólogo fala sobre os impactos a curto e longo prazo da utilização constante de telas por menores

O Tempo
Publicado em 09/08/2025 às 08:46
Compartilhar

Faz parte da vida deles, de todo o mundo. Difícil ver uma criança, adolescente, jovem sem smartphone. Estudos comprovam que a tecnologia em excesso pode fazer mal agora e no futuro. O uso de celulares por menores de 13 anos foi associado a pensamentos suicidas, pior regulação emocional, menor autoestima e distanciamento da realidade, especialmente entre meninas, aponta pesquisa publicada neste mês de julho no Journal of Human Development and Capabilities.

“Não apenas confirma o que muitos profissionais da área de saúde mental já intuíam, mas traz dados robustos de que o acesso precoce a smartphones e redes sociais não é só mera distração. É uma espécie de catalizador de vulnerabilidades psicológicas, extremamente graves e profundas”, diz o psicólogo e hipnoterapeuta Thiago de Paula.

Ele explica que isto aponta para a formação de padrões comportamentais mal adaptativos porque desde cedo tem-se uma construção distorcida de vários pensamentos que conduzem a comportamentos das crianças e adolescentes ao longo da vida, sem interpretar a si mesmo e sua relação com o mundo, com as pessoas, lidar com as emoções. “É como dar um carro superpotente, só que para uma criança de 5 anos dirigir. A gente sabe que vai bater mais cedo ou mais tarde, mas neste caso a colisão é com a saúde mental dessas crianças e adolescentes.”

Os impactos do uso excessivo de tecnologia, de acordo com Thiago de Paula, podem acontecer imediatamente, como a privação de sono pela luz das telas e vício nas atualizações da próxima imagem, curtida, comentário. “Isto acaba roubando horas preciosas de sono, que é justamente o reparador. Ninguém com privação de adormecimento consegue lidar bem com as emoções.”

Sono afetado

Thiago de Paula diz que há algo mais grave: o sono REM (importante no processamento das memórias, aprendizado) é o mais afetado com a exposição excessiva às telas. “É quando a gente consegue eliminar as toxinas do cérebro, resultado de processos naturais, e quando acumuladas, elas, inclusive, aumentam a incidência de Alzheimer. Pode gerar uma população idosa no futuro com muito mais pré-disposição à doença.”

Além do sono, o psicólogo e hipnoterapeuta vê aumento da ansiedade, irritabilidade com a obrigação de checar o que está acontecendo. “Nas redes sociais todo mundo é perfeito, isto gera um estado de alerta e insatisfação frequente.” Fora isto, acrescenta, há dificuldade de concentração porque há mudança contínua de estímulos que faz a pessoa perder a capacidade de focar em tarefas mais longas ou menos prazerosas, “brilhantes”, satisfatórias. “Há necessidade constante de estímulo, luz, dopamina, a vigilância deve ser constante”, finaliza.

Fonte: O Tempo.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por