A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) anunciou nesta sexta-feira (8/8), em reunião com empresários e entidades do setor, um pacote de medidas para proteger os setores da indústria que foram afetados pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos aos produtos importados do Brasil. Um dos pontos principais seria a ação antidumping. As propostas da Fiemg serão apresentadas em conversas com o governo de Minas e o governo federal.
Além das ações, a orientação da federação é que o setor industrial converse com os importadores americanos, a fim de buscar soluções, até mesmo para que as empresas norte-americanas façam algum tipo de pressão no governo Trump para tirar a taxa de determinados produtos. “As exceções ao tarifaço são produtos essenciais para a economia americana”, comenta o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, pontuando que os itens colocados na lista de exceções não foram fruto de negociação entre governos, mas de um interesse dos próprios EUA.
Em Minas, a entidade deve se reunir com a Secretaria de Fazenda no dia 19 de agosto, para discutir o tema. Entre as propostas a nível estadual, estão a flexibilizar o aproveitamento e devolução dos créditos acumulados de ICMS, autorizar parcelamento sem juros de contas da Cemig e da Gasmig em até 12 vezes, suspender por 180 dias os prazos de condicionantes ambientais e viabilizar linhas de créditos emergenciais.
No âmbito federal, uma das principais ações é sugerir ao governo o aumento da tarifa sobre o aço importado da China, que hoje está em 25% sobre 23 produtos. Além disso, aplicar direitos antidumping provisórios para os casos de investigação por comércio desleal, a maioria provenientes da China, tanto para o aço quanto para outros produtos, como malha de poliéster. A decisão sobre a nova porcentagem e quais devem ser os produtos acrescidos na lista fica a cargo do governo federal, por meio de critérios técnicos. “O governo federal tem o estudo e os dados econômicos que foram apresentados pelas empresas, e tem ações antidumping. O que a gente pede é que o governo siga a técnica, siga o antidumping e aplique”, reforçou Roscoe.
Fonte: O Tempo.