Colesterol alto de origem genética pode levar a infarto antes dos 50

Levantamento do Instituto do Coração (Incor) revela que existem no Brasil até 400 mil pessoas com colesterol alto de origem genética, mal que pode levar ao infarto e ao AVC antes dos 50 anos de idade. Isso representa quase 90% da população brasileira e o mais alarmante é que somente 10% delas sabem que são portadores de hipercolesterolemia familiar (HF), infelizmente porque a doença é silenciosa.

O ideal é realizar o diagnóstico, através de rastreamento genético, o mais precoce possível, já que a doença não restringe idade. “Com o tratamento correto, é possível retardar de 10 a 30 anos a mortalidade em pessoas com esse mal, com melhora substancial de sua qualidade de vida, já que elas terão menos eventos cardiovasculares ao longo dos anos”, explica o cardiologista do Incor, Raul dos Santos Filho.

O cardiologista explica que, infelizmente, 90% dos portadores sequer imaginam que têm a doença e passarão anos indo de médico em médico sem ter solução para seu colesterol alto. Nesse meio tempo, o processo de aterosclerose no seu organismo, acelerado desde o nascimento, irá evoluir rapidamente, aumentando de 10 a 20 vezes o risco de obstruções nas veias e artérias do coração (infarto) e do cérebro (acidente vascular cerebral).

Tratamento. O cardiologista destaca que o colesterol alto está comumente associado a maus hábitos alimentares, à falta de atividade física e a fatores diversos, como disfunção hormonal e obesidade. Nesses casos, geralmente a administração de estatinas (em média, 10 mg), associada à dieta de baixo colesterol e à prática de atividade física, costuma equilibrar os níveis de colesterol no sangue, bem como um check-up periódico.

O consumo excessivo tanto de gordura de origem animal quanto de frituras, alimentos industrializados feitos com gorduras trans e de carboidratos refinados predispõe ao acúmulo de placas de gordura nas artérias, dificultando a passagem do sangue e aumentando, assim, a pressão arterial e os riscos de infartos e AVC. Por isso, sementes de chia e de linhaça, ricas em ômega 3, auxiliam na prevenção, já que a substância ajuda a diminuir o colesterol e a pressão arterial. O cacau é fonte de epicatequinas e catequinas de efeito antioxidante, que reduzem a agregação plaquetária e auxiliam no controle do colesterol.