Data celebrada nesta quinta (25) reforça a importância da saúde respiratória e o impacto das condições pulmonares na qualidade de vida da população
O Dia Mundial do Pulmão, celebrado nesta quinta-feira (25), reforça a importância da saúde respiratória e chama a atenção para o impacto das doenças pulmonares na qualidade de vida da população. A data também busca ampliar a conscientização sobre prevenção, diagnóstico precoce e hábitos saudáveis que ajudam a proteger o sistema respiratório.
Entre as doenças mais preocupantes está a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), caracterizada pela obstrução persistente das vias aéreas, geralmente associada à exposição prolongada à fumaça do tabaco ou a poluentes ambientais. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição está entre as principais causas de morbidade e mortalidade no mundo, tendo provocado cerca de 3,23 milhões de mortes em 2021. No Brasil, a DPOC atinge mais de 7 milhões de pessoas.
Dados do Ministério da Saúde revelam que, entre 2023 e 2024, o número de fumantes cresceu 25%, revertendo uma tendência de queda. Para Bernardo Maranhão, pneumologista e gerente de grupo Médico da GSK, o aumento preocupa e representa um risco adicional à saúde pública. “Esse é um dado preocupante para a saúde pública em geral, que pode impactar não somente na DPOC, mas em outras doenças decorrentes do tabagismo, sobretudo doenças respiratórias”, afirma.
Embora não tenha cura, a DPOC pode ser controlada quando diagnosticada precocemente. Maranhão destaca que 'acompanhamento médico, adesão ao tratamento e mudanças de hábitos são fatores importantes para manter uma boa qualidade de vida'.
Prevenção e diagnóstico
Controle da DPOC
O tratamento inclui abandono do cigarro, prática regular de atividade física sob orientação médica, vacinação em dia — especialmente contra COVID-19, gripe e pneumonia —, uso de medicamentos inalatórios quando prescritos e adoção de uma rotina saudável, com alimentação equilibrada e hidratação adequada.
Risco do uso do vape
O crescimento do uso de cigarros eletrônicos entre jovens preocupa especialistas. Estudos apontam que o vape contém substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas, capazes de provocar inflamações e danos graves ao pulmão. 'Nós, da comunidade médica, acreditamos que o uso do cigarro eletrônico pode causar danos preocupantes e até acelerar a possibilidade de jovens desenvolverem DPOC em uma idade mais precoce', alerta Maranhão.
Voz do paciente
Histórias de pacientes reforçam a necessidade de prevenção. A administradora Carla Comini, de 62 anos, foi diagnosticada com DPOC há 10 anos. Ela conta que fumou por mais de 30 anos, antes de descobrir a doença.
“Fui fumante por mais de 30 anos, mas por incrível que pareça, meu movimento para parar de fumar iniciou-se mais pelo medo do câncer. Dois anos depois veio o diagnóstico da DPOC, e entendi que mesmo tendo parado de fumar os danos já estavam lá. Na maioria das vezes tinha tosse que atribuía a viroses. E lá no fundo, eu mesma sabia o que tinha causado isso, então não tive problema para aceitar, só entendi que tinha que olhar para frente”, relata.
Central do Pulmão
Criada em 2021 pela Associação Brasileira de Apoio a Pacientes com Doenças Pulmonares (Abraf), a Central do Pulmão oferece atendimento gratuito por telefone ou WhatsApp, com suporte sobre diversas doenças respiratórias e cardíacas, ajudando pacientes e familiares.
Segundo Iara Machado, presidente da ABRAF, o canal oferece suporte sobre hipertensão pulmonar, fibrose pulmonar, asma grave, DPOC e insuficiência cardíaca.
Fonte: O Tempo.