PARALISAÇÃO

Greve nos Correios começa em nove estados, incluindo Minas Gerais

Publicado em 18/12/2025 às 08:18
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Sindicatos de trabalhadores dos Correios aprovaram, na noite de terça-feira (16), greve por tempo indeterminado em protesto contra a falta de acordo coletivo e de reajuste salarial. A paralisação teve início em 12 sindicatos distribuídos por nove estados, enquanto outras 24 entidades permanecem em estado de greve. O movimento atinge regiões como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Procurados, os Correios afirmaram que todas as agências seguem abertas e que a adesão ao movimento é parcial e localizada. Segundo a estatal, medidas contingenciais foram adotadas para garantir a continuidade dos serviços essenciais.

O impasse vem sendo discutido sob mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Nesta quarta-feira (17), o vice-presidente da Corte, ministro Caputo Bastos, informou que uma proposta de conciliação foi construída em audiência com representantes da empresa e das entidades sindicais. O ministro determinou que o conteúdo seja amplamente divulgado pelas federações Fentect e Findect no prazo de 24 horas, por meios digitais e informativos físicos, sob pena de caracterização de prática antissindical.

O despacho também orienta que os sindicatos submetam a proposta à votação em assembleias gerais extraordinárias, a serem convocadas com urgência. Caso aprovada, a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho está prevista para o dia 26 de dezembro de 2025, na sede do TST, em Brasília. Se rejeitada, o processo retorna à relatoria.

Os Correios acionaram o TST na última quinta-feira (11) diante do impasse nas negociações salariais e de benefícios. Em meio a dificuldades financeiras, a empresa solicitou a mediação para flexibilizar cláusulas do acordo coletivo que garantem benefícios acima do mínimo previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Embora sejam empregados públicos, os trabalhadores da estatal são regidos pela CLT.

O acordo atualmente em vigor prevê vantagens como gratificação ampliada nas férias e pagamento de horas extras em valor triplo aos fins de semana e feriados, parte delas incorporadas recentemente, mesmo com a situação financeira adversa da empresa. Segundo levantamento divulgado pela Folha de S.Paulo, a despesa com pessoal dos Correios deve alcançar R$ 15,1 bilhões neste ano, sendo apontada como um dos principais entraves ao plano de reestruturação da estatal.

De acordo com o secretário-geral da Fentect, Emerson Marinho, a greve reflete a insatisfação da categoria com a condução da administração da empresa. Ele afirma que os trabalhadores têm sido excluídos das decisões para enfrentar a crise e que, apesar de o indicativo nacional de paralisação ser para o dia 23, alguns sindicatos decidiram antecipar o movimento para sinalizar o descontentamento ao governo federal.

A categoria reivindica a renovação do acordo coletivo, reajuste salarial para o próximo ano e afirma estar sem acordo desde 1º de agosto. Também cobra um aporte emergencial do governo federal para a estatal. Em nota, o sindicato de São Paulo afirma que a greve é uma resposta à falta de avanços nas negociações e às ameaças de retirada de direitos e precarização das condições de trabalho.

A proposta apresentada pelo TST prevê a renovação de 79 cláusulas do acordo coletivo, reajuste salarial de 5,13% a partir de janeiro de 2026, com pagamento a partir de abril e valores retroativos, aplicação integral do INPC a partir de agosto de 2026, vigência do acordo por dois anos e regras transitórias para ponto por exceção e pagamento de horas extras até julho de 2026.

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