Promotor de Defesa do Patrimônio Público acaba de instaurar inquérito civil para investigar possível ato de improbidade administrativa por parte do Codau
Promotor de Defesa do Patrimônio Público, José Carlos Fernandes Júnior acaba de instaurar inquérito civil para investigar possível ato de improbidade administrativa por parte do Codau. O objetivo é apurar supostas irregularidades em contrato de execução de reforma do Reservatório 10 (R-10) no bairro Gameleiras, o mesmo que veio ao chão na década de 90 e, após sua reconstrução, passou a apresentar inúmeros problemas e causar pânico à população. Agora a autarquia tem 10 dias para prestar esclarecimentos ao Ministério Público sobre a questão.
A denúncia foi proposta pelo vereador Itamar Ribeiro em maio deste ano, em que moradores reclamam de rachaduras e vazamentos na estrutura do R-10 desde 2009. Na época, o Codau afirmou que “vinha estabelecendo manobras técnicas para permitir a recuperação da estrutura do reservatório elevado”. O engenheiro Vicente Marino Júnior, que projetou o R-10 em 1991, avisou que seria necessário fazer um revestimento através da impermeabilização na laje, o que solucionaria as fissuras. No mês seguinte, o reservatório teria voltado a vazar e em proporção maior. “O presidente do Codau alegou que o aumento do vazamento teria sido pelo fato de o reservatório ter sido abastecido em sua capacidade total (500m³), para que não faltasse água à população”, revela o vereador, observando que o reservatório com problemas tem capacidade de 800 mil litros de água.
Em novembro de 2009, o Codau manifestou a contratação de uma consultoria especializada por meio de convite. Sendo firmado por 90 dias contrato de prestação de serviços no valor de R$27 mil com a empresa Recuperação Serviços Especiais de Engenharia. O objetivo era realizar inspeção e análise estrutural do reservatório. Depois o Codau contratou a empresa Betonix Tecnologia e Comércio Ltda., por R$220.183,46, para executar a recuperação do reservatório elevado de acordo com o apurado no laudo técnico. Porém, ao final da obra, testes confirmaram que a estrutura continuou vazando se ele fosse reabastecido em sua capacidade total. A questão foi enviada à assessoria jurídica para o bloqueio do pagamento da obra até que fosse solucionado o problema. Foram realizados mais testes e os vazamentos persistiram. Segundo a denúncia, a empresa chegou a manifestar que o material previsto em contrato não era adequado para a estrutura, mas o Codau recusou pedido de troca.
Para o vereador Itamar Ribeiro, o resultado disso foi “um suposto mau uso do dinheiro público, já que, foram gastos na sua totalidade R$247.183,46 para sanar os referidos problemas. Vale ressaltar que, estranhamente, o Codau em momento algum se posiciona em acionar a empresa na Justiça, recebendo a obra sem a definitiva correção”, destaca.