TRÊS DE CINCO

STF tem maioria para condenar Bolsonaro e mais sete por organização criminosa

Três dos cinco ministros da Primeira Turma do Supremo votaram pela condenação dos oito réus do chamado ‘núcleo crucial’ da trama golpista no crime específico

Renato Alves
Publicado em 11/09/2025 às 16:50
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A condução do julgamento da suposta trama golpista aconteceu na Primeira Turma do STF (Foto/Victor Piemonte/STF)

A condução do julgamento da suposta trama golpista aconteceu na Primeira Turma do STF (Foto/Victor Piemonte/STF)

Com o voto da ministra Cármen Lúcia nesta quinta-feira (11/9), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já tem maioria para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os outros sete réus por organização criminosa. O resultado se deu no julgamento da suposta trama de golpe de Estado. 

Cármen Lúcia continua, na tarde desta quinta-feira, a proferir seu voto sobre os outros crimes atribuídos aos réus do chamado "núcleo 1" ou "núcleo crucial" pela Procuradoria-Geral da República (PGR).  

O colegiado é formado por cinco ministros. Na terça-feira (9/9), o relator da ação, Alexandre de Moraes, pediu a condenação dos oito réus do chamado “núcleo crucial” pelos cinco crimes apontados. No mesmo dia, deu seu voto Flávio Dino, seguindo Moraes.  

Na quarta-feira (10/9), Fux abriu divergência. Pediu a absolvição de seis dos oito réus, e a condenação do tenente-coronel Mauro Cid e do general Walter Braga Netto apenas pelo crime de tentativa de abolição do Estado democrático de direito. Com isso, foi formada a maioria pela condenação dos dois pelo crime específico. 

Para Moraes, que é o relator da ação penal, e Dino, todos os réus devem ser responsabilizados pelos crimes apontados pela PGR. No entanto, Dino considerou que Augusto Heleno, Alexandre Ramagem e Paulo Sérgio Nogueira devem ter penas reduzidas.

A sessão desta quinta-feira estava prevista para começar às 9h. Mas o presidente do colegiado, Cristiano Zanin, decidiu cancelar a parte da manhã e retomar os trabalhos apenas às 14h por causa da longa sessão de quarta-feira. Havia sido reservado apenas o período da manhã para a fala de Fux, mas ela durou quase 14 horas, indo até o fim da noite.

Se houver tempo, ainda nesta quinta-feira votará Zanin. Outras duas sessões estão marcadas para a sexta-feira (12/9), quando deverão ser definidas as penas, que poderão chegar a 43 anos de prisão em regime fechado. Se o tempo para a análise não for suficiente, a parte final do julgamento poderá ser adiada para a semana seguinte.

Quem são os oito réus do “núcleo crucial”:

  • Jair Bolsonaro: capitão do Exército de 1973 a 1988, foi presidente da República de 2019 a 2022;
  • Alexandre Ramagem: diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, foi delegado da Polícia Federal (PF); atualmente, é deputado federal;
  • Almir Garnier: comandante da Marinha na gestão Bolsonaro, é almirante de Esquadra da Marinha;
  • Anderson Torres: ministro da Justiça no governo Bolsonaro e delegado da PF, era secretário de Segurança do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro de 2023;
  • Augusto Heleno: ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, é general da reserva do Exército;
  • Mauro Cid: ex-ajudante de ordens da Presidência, era um dos principais assessores de Bolsonaro; é tenente-coronel do Exército;
  • Paulo Sérgio Nogueira: ministro da Defesa na gestão Bolsonaro, é general do Exército;
  • Walter Braga Netto: general da reserva do Exército, foi ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro, e vice na chapa do ex-presidente em 2022.

Os oito réus são acusados dos seguintes crimes:

  • Abolição violenta do Estado democrático de direito;
  • Golpe de Estado;
  • Organização criminosa;
  • Dano qualificado ao patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é Ramagem, que, por ocupar mandato de deputado, responderá agora apenas pelas acusações de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado democrático de direito e organização criminosa. O julgamento dos outros dois crimes deve ser retomado pela Justiça quando ele deixar o cargo. 

Fonte: O Tempo.

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