Mulher é detida em BH por pichar monumento durante protesto contra PL da Dosimetria

Uma mulher de 37 anos foi detida na tarde deste domingo (14), em Belo Horizonte, durante uma manifestação contra o Projeto de Lei da Dosimetria, após pichar o Monumento à Terra Mineira, localizado na Praça da Estação, na região central da capital. A ação ocorreu em meio ao ato que contestava o projeto de lei que pode reduzir penas de condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. 

De acordo com a Guarda Civil Municipal, a mulher, identificada como Thabata Pinheiro Campos, foi flagrada por câmeras de monitoramento pichando a base do monumento com um spray vermelho, onde escreveu a frase “Brasil Terra Indígena”. Ainda segundo a corporação, ela resistiu às ordens dos agentes no momento da abordagem, o que levou ao uso da força para contê-la. Durante a ação, foi utilizado spray de pimenta para dispersar o tumulto e realizar a condução da manifestante à delegacia. 

Testemunhas e representantes da Polícia Militar confirmaram que houve vandalismo contra o monumento. Manifestantes, por outro lado, protestaram contra a prisão e alegaram que a mulher e outras pessoas teriam sido agredidas durante a intervenção policial. Apesar das reclamações, Thabata foi encaminhada à autoridade policial. 

O advogado da mulher, Gabriel Brum, informou que ela foi ouvida e liberada ainda na noite de domingo. Segundo a defesa, Thabata é indígena, da etnia Borun Xonin. O caso seguirá para apuração na esfera criminal. A Guarda Municipal ressaltou que o ato de pichação é considerado infração administrativa pela legislação municipal, passível de multa, além de eventual responsabilização criminal e da obrigação de reparação dos danos causados. 

O Monumento à Terra Mineira é uma das obras do escultor Giulio Starace e fica na esplanada da Praça da Estação, em frente ao Museu de Artes e Ofícios. Inaugurada em 15 de julho de 1930, a obra em granito representa o domínio do território pelos bandeirantes e a conquista da liberdade pelos mártires mineiros, sendo composta por uma figura alegórica de Minas e quatro relevos encravados no bloco central. 

O episódio em Belo Horizonte remete a um caso semelhante ocorrido durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Em abril a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão por participar dos ataques às sedes dos Três Poderes e pichar com batom a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, em frente ao STF. Ela foi condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, e atualmente cumpre prisão domiciliar.