Preço da carne cai 12% no trimestre

O preço da carne está mais baixo para o uberabense. O preço da carne vem caindo gradativamente nos últimos meses e, para se ter uma ideia, de abril a julho a queda foi de 12%. Esta diferença se deve às atuais circunstâncias do mercado internacional, em que alguns países, especialmente europeus, deixaram de consumir carne brasileira, provocando o aumento da oferta dentro do país. Este ano também choveu mais e proporcionou pastos mais produtivos por mais tempo. De acordo com o gerente administrativo de açougue, Sílvio Siqueira, “outro motivo para a redução de preço da carne foi o aumento do consumo das carnes de frango e suína”.

Para o consumidor final, o preço baixou de 15 a 32%, dependendo da carne. Para se ter uma ideia, o coxão duro, carro-chefe da culinária brasileira, teve queda acentuada de 32%, passando de R$ 13,90 para R$ 10,50. Já uma carne nobre, como o filé mignon, teve redução no valor de R$ 29 para R$ 22. “Este preço do filé foi praticado há mais de um ano. A carne de segunda, que estava sendo vendida por R$ 10,50, agora é encontrado por R$ 7,90”, comenta Sílvio.

Silvio afirma que a classe que mais consome carne é a C e em seu açougue a venda já aumentou mais de 15% de maio para junho. O mês de julho, Sílvio ainda não contabilizou e sua expectativa é de que até o fim do ano haverá aumento nas vendas de até 18%, se os frigoríficos mantiverem os preços da carne estáveis por mais algum tempo. “O país e a cidade de Uberaba ainda têm espaço para crescer”, afirma. Proprietário de frigorífico, Romeu da Costa Telles confirma que o aumento nas vendas deve ir até setembro e explica que a queda de preços já era esperada, devido ao período de plena safra. “Os produtores de gado tinham uma programação de venda para a Europa e a Rússia e, de repente, pararam de comprar, por exemplo, deixando um excedente no mercado interno brasileiro. Esta redução já era esperada por causa da safra, mas não pensamos que chegasse a tanto. Este é um ciclo natural. A vaca estava sendo vendida por R$ 95 e passou para R$ 82”, informa Romeu.

“A arroba brasileira está historicamente com o maior preço já visto”, afirma Romeu. Ao longo dos tempos, a arroba era vendida por US$ 15 ou US$ 20 entre safra e entressafra. E hoje ela está valendo mais de US$ 40, preço considerado alto para os níveis internacionais. “O Brasil conseguiu status de bom produtor e tem cumprido todas as exigências sanitárias mundiais, ganhando novos mercados. Acho que a arroba vai subir bem em setembro, principalmente por causa da seca dos EUA. A recomendação para o consumidor é estocar”, analisa Romeu.