Governo reduz juros dos bancos, mas consumidores ainda não percebem na prática esta redução. Com o intuito de manter a economia estável, o Governo Federal vem anunciando diversas medidas para atrair o consumidor.
A taxa Selic, por exemplo, atingiu um dos percentuais mais baixos do país. Por outro lado, isso ainda não refletiu diretamente na atividade bancária do dia a dia. É possível perceber taxas elevadas de serviços como cartões de crédito e cheque especial.
De acordo com o economista Cássio Silveira, as instituições financeiras alegam que as taxas elevadas são justamente para formar um fundo que garante aos bancos a cobertura de empréstimos não pagos, ou seja, o cliente adimplente paga pelo inadimplente. “Alguns têm de pagar mais caro para compensar os prejuízos que os bancos teriam com outros empréstimos. Mas acredito que isso não deveria ser um problema do consumidor, e sim uma dificuldade operacional do banco. A área de crédito provavelmente não está avaliando bem para quem está emprestando”, explica.
Além disso, Cássio ressalta que existem outros instrumentos mais eficazes para garantir o pagamento dos inadimplentes.
“O cliente acaba pagando pela incompetência das instituições financeiras em avaliação de crédito, repassando ao consumidor todo o custo que teria o risco de empréstimo. Uma situação extremamente ineficiente para quem está pegando o dinheiro, pois o custo é muito elevado”, explica Cássio, ressaltando que tarifa bancária encarece ainda mais o contrato, que já está com taxas de juros elevadas.
Diante de juros altos e a imposição das taxas de abertura de contrato, Cássio enfatiza ser muito importante que as pessoas pesquisem bastante antes de fazer o financiamento. “Devem avaliar principalmente as taxas cobradas em caso de transferência de bancos, pois o consumidor pode ter de pagar impostos sobre operação financeira e ainda ter de pagar tarifas que já foram cobradas no início do financiamento”, encerra.