Suspeitos de executar homem a tiros no Anatê são presos em Uberaba; veja desdobramentos

Horas após a execução do motorista de aplicativo Marcos Túlio Martins Bandeira, de 37 anos, ainda na manhã de terça-feira (9), uma operação integrada da Polícia Militar e da Polícia Civil resultou na prisão do empresário E.E.M., de 54 anos, apontado como autor dos disparos, além do refrigerista F.R.V., de 28 anos, suspeito de dar fuga ao atirador e ocultar a arma do crime. As investigações indicam que o homicídio foi motivado por uma obsessão do empresário ao acreditar que sua ex-companheira mantinha um relacionamento com a vítima.

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A prisão do empresário aconteceu em seu próprio estabelecimento, uma loja de venda de morangos, na rua Cândida Mendonça Bilharinho, no bairro Mercês. No local, ele negou inicialmente a autoria, mas admitiu que vinha monitorando a rotina da vítima por desconfiar de um suposto caso amoroso.

A polícia apurou que, no fim de semana anterior ao crime, Marcos esteve em Caldas Novas (GO), acompanhado da namorada, que não possui relação com o caso. O empresário também seguiu viagem até a cidade e chegou a alugar um quarto próximo ao hotel onde a vítima estava hospedada, na tentativa de flagrá-la, pois acreditava que sua ex-companheira estava com o motorista de aplicativo. Quando chegou ao local, o casal já havia deixado a cidade. A suspeita apurada é de que a intenção do empresário seria flagrar e matar sua ex-companheira e Marcos Túlio.

De volta a Uberaba, dias antes do homicídio, o empresário ainda teria ido pessoalmente até a casa de Marcos para confrontá-lo sobre a suspeita. A vítima teria negado qualquer envolvimento com a ex-companheira do acusado e encerrou a conversa.

Destruição de provas

O crime ocorreu na madrugada de terça-feira (9) e foi inicialmente registrado como tentativa de homicídio. Marcos foi baleado dentro da própria residência, socorrido e encaminhado ao Hospital de Clínicas da UFTM, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Logo em seguida, durante buscas autorizadas na casa do empresário, os policiais localizaram uma calça jeans e um par de coturnos com vestígios de sangue. A calça estava submersa em água dentro de um tanque, numa tentativa clara de apagar provas do crime. Também foi recolhida uma bituca de cigarro deixada pelo investigado, que poderá passar por perícia.

Imagens de câmeras de segurança mostraram que um veículo Montana branco deu apoio à fuga do autor. O condutor, F.R.V., de 28 anos, confessou que foi chamado para buscar o empresário após o crime. Segundo ele, ao chegar à casa, encontrou o acusado completamente nu e viu uma arma de fogo sobre um balcão, chegando inclusive a fotografar o armamento.

Ainda conforme o depoimento, os dois passaram por um posto de combustíveis e por um bar no bairro Anatê. Em seguida, ao deixar o empresário em casa, recebeu a ordem para ocultar a arma utilizada na execução.

A arma foi escondida em uma oficina pertencente a um tio do suspeito, dentro de um pneu, sendo localizada e apreendida posteriormente pelas equipes policiais.

Ainda sem conclusão

A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), chefiada pelo delegado Cyro Outeiro, ainda não aponta conclusão definitiva sobre todo o contexto da motivação, mas trabalha com a linha de que o crime foi passional, supostamente impulsionado por obsessão, ciúmes extremo e planejamento, após sucessivas tentativas frustradas do empresário de flagrar a vítima com sua ex-companheira.