SUPREMO

Advogado confirma que Bolsonaro não vai acompanhar julgamento: 'Não está bem de saúde'

Celso Vilardi, que representa o ex-presidente, deu a informação a jornalista antes da primeira sessão de julgamento do chamado "núcleo 1" da trama golpista

Patrícia Nadir/O Tempo
Publicado em 02/09/2025 às 09:40
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O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa, em Brasí­lia, onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto/Gabriela Biló/Folhapress)

O ex-presidente Jair Bolsonaro em sua casa, em Brasí­lia, onde cumpre prisão domiciliar determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto/Gabriela Biló/Folhapress)

A defesa de Jair Bolsonaro confirmou nesta terça-feira (2/8) que o ex-presidente não acompanhará presencialmente a primeira sessão de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

"O presidente não virá", afirmou o advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, na chegada ao STF para a primeira sessão do julgamento. "Ele não está bem de saúde. Não vem", completou.

Bolsonaro e outros sete réus respondem por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Eles serão julgados pela Primeira Turma do Supremo. O colegiado é composto por cinco ministros, entre eles o relator do caso, Alexandre de Moraes. Eles vão decidir se os réus devem ser condenados ou absolvidos.

É a primeira vez que o STF julga um ex-presidente e militares de alta patente por tentativa de golpe. A Procuradoria-Geral da República apresentou a denúncia em fevereiro deste ano. 

Agora, após ouvir os envolvidos e as testemunhas, cinco ministros do STF decidirão o futuro dos réus. Bolsonaro e os outros acusados negam os crimes apontados pela PGR.

Quem está no banco dos réus

Entre os acusados, estão nomes centrais do governo de Bolsonaro e militares de alta patente. São eles:

  • Jair Bolsonaro: capitão do Exército de 1973 a 1988, foi presidente da República de 2019 a 2022;
  • Alexandre Ramagem: diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, foi delegado da Polícia Federal (PF); atualmente, é deputado federal;
  • Almir Garnier: comandante da Marinha na gestão Bolsonaro, é almirante de Esquadra da Marinha;
  • Anderson Torres: ministro da Justiça no governo Bolsonaro e delegado da PF, era secretário de Segurança do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro de 2023;
  • Augusto Heleno: ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, é general da reserva do Exército;
  • Mauro Cid: ex-ajudante de ordens da Presidência, era um dos principais assessores de Bolsonaro; é tenente-coronel do Exército;
  • Paulo Sérgio Nogueira: ministro da Defesa na gestão Bolsonaro, é general do Exército;
  • Walter Braga Netto: general da reserva do Exército, foi ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro, e vice na chapa do ex-presidente em 2022.

Os crimes em análise

O grupo responde por abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. 

A exceção é Ramagem, que, por ocupar mandato de deputado, responderá agora somente pelas acusações de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir o Estado democrático de direito e organização criminosa. O julgamento dos outros dois crimes deve ser retomado pela Justiça quando ele deixar o cargo.

Todas as acusações se apoiam em uma lei sancionada pelo próprio Bolsonaro em 2021, que tipificou de forma mais clara os crimes contra a democracia após a revogação da antiga Lei de Segurança Nacional.

As investigações 

As apurações da Polícia Federal (PF) tiveram início após os atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. A investigação revelou um conjunto de elementos que, segundo a PGR, demonstram a existência de um plano orquestrado de ruptura institucional.

Entre as evidências, estão a elaboração da chamada “minuta do golpe”, impressa no Palácio do Planalto, que previa decretar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE); a pressão sobre comandantes militares; a disseminação de fake news contra as urnas; e até planos de assassinato de autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

O que está em jogo

O processo contra o “núcleo 1” é considerado o mais sensível do conjunto de ações penais abertas após os atos de 8 de janeiro. Para a PGR, esse grupo representava o núcleo decisório e operacional do suposto golpe. Ao todo, são 32 acusados organizados em quatro núcleos distintos, mas o foco inicial recai sobre os oito que, em tese, tinham poder de mando e articulação direta.

Fonte: O Tempo

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