Aluguel de ambulâncias daria para comprar 19 Doblòs novos

Orçamento de 2011 destina R$159.923.387,21 para a área de Saúde. Mesmo sendo o maior percentual do montante global, os recursos são insuficientes para cobrir gastos com medicamentos e exames complementares, contendo também disparidades no tocante ao aluguel das ambulâncias.

Afirmação parte do conselheiro municipal de Saúde, Jurandir Ferreira. “Podem colocar até R$200 milhões que o problema não será solucionado”, afirmou. Ele justifica a opinião na existência de aproximadamente 400 processos de usuários demandantes de medicamentos especiais que aguardam análise. Alguns recebem os remédios de forma parcial ou intercalada.

Jurandir também reclamou a perda de espaço este ano pelo Conselho para a discussão prévia da proposta orçamentária elaborada pela Prefeitura. Segundo ele, no ano passado o prefeito Anderson Adauto (PMDB) se reuniu três vezes com os conselheiros para fomentar o debate e as necessidades. Este ano a situação foi bem diferente. Proposta foi apresentada em 29 de setembro, com pauta de votação marcada para 6 de outubro. Documento, além de complexo, demandava tempo para análise detalhada e os conselheiros - leigos no assunto - desempenham outras atividades. O Conselho aprovou o documento na correria.

No entanto, Jurandir disse respeitar a opinião dos demais colegas, não assumindo postura de enfrentamento quanto à situação. Outro item por ele ponderado é o valor destinado em 2011 para pagamento do aluguel com as ambulâncias locadas: R$1,232 milhão. Ante o valor, Jurandir afirmou ter feito via internet extensa pesquisa sobre o conteúdo dos veículos. Com as respostas, efetuou três orçamentos e obteve resultado que o deixou indignado.

Segundo ele, cada veículo custaria para aquisição R$64 mil, portanto, o montante a ser pago com os aluguéis daria para a Prefeitura adquirir 19 Doblòs. “É desta forma que dinheiro repassado pelo SUS se perde, ou seja, pela má administração dos recursos”, finalizou. Jurandir Ferreira fez questão de enfatizar que o contrato de locação das ambulâncias não passou pelo Conselho Municipal de Saúde.