Sessão da Câmara Municipal dessa terça-feira foi praticamente toda dedicada à causa animal e vários questionamentos foram externados, inclusive a falta de investimentos financeiros
Secretário municipal de Meio Ambiente, Edno César, e a superintendente de Bem-Estar Animal, Regiane Dutra, foram sabatinados ontem na Câmara (Foto/Rodrigo Garcia/CMU)
Secretário municipal do Meio Ambiente, Edno César da Silveira, e a superintendente de Bem-Estar Animal, Regiane Guissoni Dutra, foram sabatinados na tarde dessa terça-feira (5), na Câmara Municipal de Uberaba (CMU). A maior cobrança dos parlamentares foi por mudanças na estrutura da superintendência, que foi considerada precária para atender às demandas. A sessão do Legislativo dessa terça-feira (5) foi praticamente toda dedicada à causa animal.
Na abertura da sabatina, o secretário Edno César da Silveira fez uma exposição sobre as ações que foram realizadas ao longo da gestão Elisa Araújo (PSD) na causa do Bem-Estar Animal. Conforme Silveira, ao longo do período foram investidos mais de R$13 milhões em políticas públicas no setor.
“Apesar das nossas dificuldades, posso assegurar que Uberaba é uma referência na política da causa animal”, afirmou o secretário.
A fala foi contestada pelos vereadores Diego Rodrigues (PDT) e Tulio Micheli (PSDB), que afirmaram que a política da causa animal em Uberaba é muito ruim.
Conforme Edno Silveira, em Uberaba estima-se na faixa de 40 mil animais de rua, entre cães e gatos. Ele destacou a importância do trabalho das cuidadoras e protetoras no cuidado com os animais errantes, que ficam soltos pelas ruas.
Silveira destacou que a castração é a melhor alternativa para o controle populacional. O secretário disse que 15 mil animais já foram castrados nos dez mutirões já realizados nos últimos quatro anos. Ele ainda ressaltou que 70% foram oriundos de colônias de gatos. Para este mês, está previsto novo mutirão.
Sobre animais abandonados e errantes, a vereadora Denise Max (PRD) sugeriu a criação de centros transitórios de adoção de animais, a exemplo do que ocorre em Brasília. Trata-se de espaços que oferecem abrigo temporário para animais que precisam de cuidados, como animais resgatados de situações de maus-tratos, abandono ou acidentes, ou animais que estão se recuperando de doenças ou cirurgias.
Em muitos casos, os centros transitórios também auxiliam na preparação dos animais para adoção, oferecendo cuidados veterinários, socialização e treinamento, aumentando suas chances de encontrar um lar definitivo.
Sobre o convênio com o Hospital Veterinário Universitário (HVU), foram atendidos mais de oito mil animais, sendo 200 por mês, em média.
Houve um embate durante a participação do secretário e da superintendente com o vereador Diego Rodrigues, que cobrou explicações sobre o contrato com o HVU e sobre o acesso às informações. O parlamentar ainda cobrou a realização de pelo menos quatro mutirões de castrações para o próximo ano. Ele prometeu destinar R$170 mil de emenda parlamentar para a realização de um quinto mutirão em 2026.
O pedetista cobrou mais recursos para a política da causa animal, uma vez que o orçamento anual para o Bem-Estar Animal é de 0,13%.
A vereadora Ellen Miziara (PL) questionou a qualidade do atendimento da Superintendência de Bem-Estar Animal, que, apesar de contar com sete servidores, não estaria satisfatório. O secretário disse que, apesar das limitações, houve evolução na prestação de serviços.