Cohagra espera retomada de obras do Alfredo 4 para a semana que vem

A presidente da Cohagra, Érika Martins, afirmou que as obras dos módulos 1 e 2 do Residencial Alfredo Freire 4 devem ser iniciadas, no máximo, na próxima semana, após quase dez anos de espera das famílias contempladas. Segundo ela, o proprietário da empresa vencedora da licitação, EF Construtora, informou que está na fase final de contratação do seguro obrigatório da obra, último entrave antes do início efetivo dos trabalhos. 

Erika destacou que 380 famílias estão aprovadas para o conjunto habitacional, todas com cadastro ativo e atualizado na Cohagra. Muitas delas são beneficiárias de programas sociais, como Bolsa Família e BPC. O acordo firmado entre Cohagra, Caixa Econômica Federal, Ministério Público e Prefeitura de Uberaba prevê que essas famílias não terão nova análise de critérios socioeconômicos; apenas a verificação de que não possuem imóvel e não foram contempladas em outro programa habitacional no período. 

A presidente explicou que qualquer mudança de renda ou composição familiar ao longo da última década não será motivo de exclusão. Os casos de falecimento ou aquisição de imóvel, porém, eliminam automaticamente a aprovação. “Foram 10 anos de espera. Essas famílias nos procuram constantemente. Mantivemos esse compromisso no acordo para evitar que elas fossem prejudicadas por mudanças naturais da vida”, disse. 

Érika também comentou o atraso no cumprimento do prazo judicial, que determinava início das obras até 15 de novembro, sob pena de multa diária de R$ 500,00. Segundo ela, a pendência estava relacionada à liberação dos recursos federais pelo Ministério das Cidades — situação já regularizada. “O dinheiro está em conta. O proprietário da construtora informou que agora está na fase final de contratação do seguro da obra, e que ele não pode iniciar o serviço sem esse documento. Essa foi uma das pendências e, fazendo isso, no mais tardar semana que vem, ele consegue já iniciar as obras”, contou. 

A presidente ressaltou que a Cohagra atuou “diuturnamente” para destravar o processo, com ligações diárias ao Ministério das Cidades, contato direto com gabinetes e cobranças formais enviadas à Caixa. “Foi um trabalho ferrenho. Não ficamos parados em nenhum momento”, afirmou, agradecendo também o apoio do Ministério Público. 

A EF Construtora terá prazo de dois anos para concluir toda a obra, conforme o acordo judicial. Porém, segundo Érika, existe a possibilidade da entrega ser feita por etapas, liberando parte das moradias antes da finalização completa do empreendimento. “Vamos alinhar com a empresa para ver o que é possível. O ideal é entregar tudo, mas, se houver condições de liberar uma etapa antes, melhor ainda”, afirmou. 

As obras do Alfredo Freire 4 estão paralisadas há quase uma década e acumulam invasões, deterioração do espaço e sucessivas tentativas de retomada. Nos últimos anos, o residencial passou por diversas rescisões contratuais, medidas de segurança para conter ocupações irregulares, vistorias técnicas e novas licitações que não avançaram, resultando em repetidos anúncios de retomada que, até então, não haviam se concretizaram.