Planejamento derruba desempenho de Uberaba no Índice de Governança Municipal

Uberaba obteve uma nota geral de 6,55 (em uma escala de 0 a 10) no Índice de Governança Municipal (IGM/CFA), segundo o levantamento divulgado pelo Conselho Federal de Administração (CFA). O levantamento avaliou 161 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes e PIB per capita acima de R$35,9 mil, medindo o desempenho em três dimensões: Finanças, Gestão e Desempenho.

O resultado coloca o município em uma faixa intermediária de governança, com avanços consolidados na gestão, mas fragilidades persistentes no planejamento público — ponto que mais impactou a avaliação final.

A melhor performance de Uberaba ocorreu na dimensão Gestão, com nota 7,56, impulsionada especialmente pelos indicadores de Transparência, que alcançou 9,50, e pelo desempenho dos Colaboradores, com 7,24.

O CFA aponta que o alto índice de transparência se deve à ampla disponibilidade de dados e informações públicas, fator considerado essencial para o controle social e para o acompanhamento de políticas públicas.

Apesar dos avanços, o município recebeu apenas 5,95 em Planejamento, uma das menores notas entre os indicadores analisados. Segundo o relatório, três fatores pesaram negativamente: captação de recursos, planejamento de despesas e cumprimento da Lei das Micro e Pequenas Empresas (MPEs).

No item planejamento de despesas, o indicador “restos a pagar” mostra o montante que o município deixa pendente ao final de cada exercício. A meta é que o valor máximo seja de R$1,10 a cada R$100 gastos, mas em Uberaba o índice chegou a R$5,08, refletindo maior pressão sobre a execução orçamentária.

A captação de recursos, embora acima da capital Belo Horizonte (que registrou 19,35%), também ficou abaixo da meta nacional. Uberaba alcançou 27,77%, diante do parâmetro de 33,38%, indicando espaço para melhorar o aproveitamento de convênios e repasses externos.

Na dimensão Finanças, Uberaba obteve nota 6,46. O relatório chama atenção para o Equilíbrio Previdenciário, que apresentou melhora de 1,25 para 2, mas ainda é considerado um ponto de atenção. Esse indicador mede a sustentabilidade das contas previdenciárias do município, especialmente no longo prazo.

Atualizado anualmente, o IGM/CFA serve como referência para comparar políticas públicas entre municípios e identificar áreas que demandam maior atenção administrativa. Os dados são extraídos de bases oficiais como IBGE, DataSUS e Secretaria do Tesouro Nacional.

O relatório completo está disponível no site oficial do Índice de Governança Municipal.