O ex-presidente e fundador do partido Novo, João Amoêdo, anunciou nesta sexta-feira (25) que irá se desfiliar após seguidas divergências com a atual direção e com lideranças da legenda.
“Hoje, com muito pesar, me desfilio do partido que fundei, financiei e para o qual trabalhei desde 2010”, disse, pelas redes sociais.
No anúncio, Amoêdo afirma que sob a atual gestão, o partido “foi sendo desconfigurado e se distanciou da sua concepção original de ser uma instituição inovadora que, com visão de longo prazo, sem culto a salvadores da pátria, representava a esperança de algo diferente na política”.
O ex-dirigente acusa a legenda de descumprir o próprio estatuto, aparelhar sua Comissão de Ética “para calar filiados”, fazer coligações apenas por interesses eleitorais, idolatrar políticos, não reconhecer erros, atacar os três Poderes e estimular ações contra a democracia.
“O partido, mesmo com o péssimo desempenho eleitoral, com a perda de milhares de filiados, a saída de inúmeros dirigentes, não esboça qualquer sinal de retomar o caminho original. Ao contrário, a direção da instituição prefere ignorar as evidências, busca silenciar as vozes divergentes, transfere responsabilidades e segue prometendo que ‘agora será diferente’”, afirmou.
Além de ter sido o fundador e mandatário do Novo, João Amoêdo foi candidato à presidência da República pelo partido em 2018, quando ficou em 5º lugar, com 2,50% dos votos. Em 2020, deixou o comando do partido em meio a divergências com parte da bancada de deputados e da direção da sigla.
No segundo turno das eleições de 2022, declarou apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que causou revolta em parte dos filiados. Amoêdo enfrentaria um processo no Comitê de Ética do partido.
Fonte: OTEMPO