Lula: "Vamos cuidar da Amazônia como patrimônio da humanidade"

O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reafirmou nesta sexta-feira (18) o compromisso de seu futuro governo com a proteção da Amazônia e a atenção às questões climáticas. Ao lado do primeiro-ministro de Portugal, António Costa, Lula disse que o Brasil está voltando a discutir assuntos que são do interesse da humanidade. O petista afirmou ainda que o Brasil tem soberania sobre o território, mas precisa compartilhar a possibilidade de pesquisa com o mundo. As declarações ocorreram na presença de jornalistas brasileiros e internacionais.

“Vamos voltar a cumprir aquilo que nós soubemos fazer muito bem de 2003 a 2015, quando governamos o Brasil, que é cuidar da questão climática, cuidar da Amazônia como um patrimônio da humanidade, no qual o Brasil tem total soberania, mas nós precisamos compartilhar com o Mundo a pesquisa para descobrirmos o potencial da nossa biodiversidade”, discursou Lula.

Na última quarta-feira (16), ao discursar na COP27 (conferência que reúne países para discutir questões climáticas), Lula criticou a política externa do Brasil nos últimos quatro anos, mas sem citar o nome do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que saiu derrotado nas eleições.

Ele reiterou as críticas nesta sexta, novamente sem citar Bolsonaro, e repetiu a promessa de medidas que visam a preservação do meio ambiente, como proibição do garimpo ilegal e preservação de terras indígenas. Lula defendeu também a existência de uma governança legal representativa para cobrar que as decisões tomadas em conjunto pelos países, sobretudo na questão climática, sejam cumpridas.

“Esse compromisso nós assumimos: o de dizer ao Mundo que nós vamos proibir garimpo ilegal, o madeireiro ilegal, invasões de terras ilegais; que nós vamos preservas as terras indígenas e vamos proteger as áreas de preservação ambientais, para que o povo possa ter certeza que o Brasil está cumprindo com a sua tarefa junto à humanidade”, afirmou.

Responsabilidade fiscal

Após sua fala, o petista foi questionado por jornalistas sobre a instabilidade e oscilações do mercado financeiro nacional nos últimos dias. Desde que uma proposta de texto para a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Transição foi apresentada, e com a indefinição sobre qual será o valores e o prazos, bolsas operaram em queda na maior parte dos dias. Nessa quinta (16), economistas que apoiaram a campanha de Lula escreveram uma carta ao presidente eleito pedindo responsabilidade fiscal. Lula disse que recebe com alegria os conselhos de pessoas importantes.

“Eu queria dizer da minha alegria. Ainda não li a carta, mas fiquei feliz quando companheiros me ligaram dizendo que havia uma carta de pessoas importantes, inclusive de ex-ministros, me alertando para os problemas econômicos e aconselhando. Eu sou um cara muito humilde, gosto de conselhos, e se o conselho for bom você pode ter certeza que sigo”, e completou dizendo que o país vai voltar a crescer com responsabilidade:

“Eu aprendi com minha mãe que era analfabeta que a gente só pode gastar o que a gente tem, o que a gente ganha. Mas se a gente tiver que fazer uma dívida para construir um ativo novo que a gente faça com responsabilidade para que o país volte a crescer. E nós vamos voltar a ser responsável do ponto de vista fiscal sem precisar atender tudo que o sistema financeiro quer. Eu fui eleito para cuidar de 215 milhões de brasileiros, e sobretudo das pessoas mais necessitadas.