Não existe a menor possibilidade de o PSDB do governador Antonio Anastasia se aliar ao PMDB mineiro para as eleições de 2012. Quem garante é o deputado federal Marcos Montes
Não existe a menor possibilidade de o PSDB do governador Antonio Anastasia se aliar ao PMDB mineiro para as eleições de 2012. Quem garante é o deputado federal Marcos Montes, do Democratas, partido da base e aliado de primeira hora dos tucanos. MM, aliás, se coloca como o homem da administração estadual em Uberaba e revela, nessa entrevista ao Jornal da Manhã, que por esse motivo será o timoneiro da sucessão municipal do ano que vem.
Só não há definição, ainda, se será ele o cabeça de chapa do grupo que sustenta o Governo peessedebista, cuja composição vai se repetir para o embate municipal; ou seja, tucanos e peemedebistas – e seus aliados – vão disputar o comando da PMU, a exemplo de como foi a eleição do ano passado no Estado. Até agora, os peessedebistas estão na frente.
“A condução do processo eleitoral em Uberaba passará pelas minhas mãos”, afirma Montes, que descredencia a movimentação entre o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o tucano Narcio Rodrigues, e o prefeito Anderson Adauto (PMDB), no sentido de uma aproximação visando a compor forças para o pleito de 2012. Na avaliação de MM, esse movimento tem mais relação ao fato de os dois (AA e Narcio) serem amigos e, principalmente, quanto à atuação do peessedebista enquanto ponte entre as administrações municipal e estadual.
Montes conta que se reuniu com o senador e principal liderança tucana de Minas, Aécio Neves, e também com o governador Anastasia para traçar algumas estratégias já com vistas à eleição. A conversa girou em torno da manutenção da aliança entre os partidos da base e em como atrair outras siglas ao grupo. Na opinião do deputado e ex-prefeito de Uberaba, muita gente do “lado de lá” está insatisfeita com os rumos da atual administração municipal. Neste contexto, já é pública a aproximação com o ex-pupilo e ex-supersecretário do Governo AA, João Franco Filho.
Quanto ao papel do DEM na sucessão, MM diz textualmente que passou a época de o partido caminhar como “se fosse o dono da bola”, em que pese ser fundamental na construção de uma candidatura à Prefeitura de Uberaba. Aliás, sobre a legenda, o deputado – que ocupa a Secretaria-Geral da Executiva Nacional – admite que a criação do PSD foi “um estrago”. A nova sigla, cujo mentor e fundador é o ex-democrata e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, arrebanhou mais de 30 deputados federais e, destes, onze do DEM.
O PSD, que vem sendo chamado de partido anfíbio (classe de animais que vivem na água e na terra) pelo fato de que servirá à direita, centro e esquerda do País, ainda depende de registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral, mas, para MM, vai vingar. Nesse primeiro momento, Montes descarta qualquer possibilidade de migrar para a nova sigla – “disse isso ao Aécio” –, mas o futuro vai depender da evolução do Democratas. “O partido não pode mais fraquejar”, sentencia o deputado, que lamenta a perda qualitativa e quantitativa para o PSD.