
Pesquisa Realtime Big Data (Foto/Reprodução)
A nova pesquisa Real Time Big Data, divulgada nesta semana, mostra que a gestão do governador Romeu Zema (Novo) segue bem avaliada pelos mineiros, mas essa popularidade ainda não se converte em força eleitoral para seu possível candidato à sucessão em 2026. O levantamento, realizado entre 11 e 13 de agosto com 1.500 entrevistados em todo o estado, revela que o cenário para o governo de Minas permanece aberto e marcado pela vantagem do senador Cleitinho (Republicanos).
Segundo a pesquisa, 64% dos mineiros aprovam o governo Zema, enquanto 32% desaprovam. Em avaliação detalhada, 36% consideram a gestão ótima ou boa, 32% regular e 30% ruim ou péssima — um retrato positivo, mas que também expõe um segmento relevante que avalia o governo sem entusiasmo.
Apesar do saldo favorável, o provável nome do Palácio Tiradentes para disputar a sucessão, o vice-governador Mateus Simões (Novo), não demonstra crescimento consistente. Ele aparece entre 12% e 16% das intenções de voto, enfrentando ainda um obstáculo determinante: 57% dos mineiros declaram não conhecê-lo o suficiente para opinar.
A liderança na corrida eleitoral é do senador Cleitinho, que marca entre 42% e 43% das intenções de voto nos cenários estimulados. Em seguida, surgem os nomes do PSD: Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, ambos com cerca de 18% a 19%.
Quando incluído na disputa, Alexandre Kalil (PSD), ex-prefeito de Belo Horizonte, demonstra competitividade e aparece com 26%. Já o ex-governador Aécio Neves (PSDB), apesar do recall eleitoral, alcança 22% e enfrenta forte rejeição — 51% afirmam que não votariam nele de forma alguma.
Na pesquisa espontânea, 73% dos mineiros não souberam citar nenhum nome, reforçando o quadro de indefinição. Zema, apesar de não ser candidato, foi mencionado por 5%.
O estudo também mediu potencial de voto e rejeição. Cleitinho tem um teto de 42%, mas já acumula 33% de rejeição. Rodrigo Pacheco apresenta 36% de teto e apenas 16% de rejeição, o que sugere espaço para crescimento. Kalil tem teto de 33% e 28% de rejeição. O vice Mateus Simões depende essencialmente da capacidade de Zema transferir prestígio — cenário ainda indefinido, segundo o levantamento.
Minas elegerá duas cadeiras para o Senado em 2026, e o quadro atual é de forte dispersão.
No cenário principal, Marília Campos (PT) aparece com 19%, seguida de perto pelo senador Carlos Viana (Podemos), com 18%. Alexandre Silveira tem 14%, Eduardo Costa 12% e Marcelo Aro 11%.
Sem Marília Campos, Viana lidera com 27%, seguido por Silveira (21%) e Aro (19%). Em outro cenário, há empate técnico entre Viana (20%), Silveira (17%), Eduardo Costa (17%) e Aro (16%).
A rejeição, porém, pode pesar: Viana lidera o índice negativo com 41%, seguido por Marília Campos (36%). Já Silveira e Aro registram rejeições mais baixas, o que pode favorecer suas chances.
Os números apontam para uma disputa dinâmica. Cleitinho larga na frente, mas sua rejeição relativamente alta pode limitar a consolidação. Pacheco se beneficia do perfil moderado e baixa rejeição, enquanto Kalil aparece como nome competitivo quando incluído.
A principal incógnita está no grupo governista: embora Zema mantenha aprovação sólida, ainda não há sinal de transferência capaz de impulsionar Mateus Simões. No Senado, a eleição de duas vagas abre espaço para resultados combinados entre diferentes campos políticos — desde que evitem fragmentar demais suas próprias bases.
A pesquisa Real Time Big Data confirma que, a pouco mais de um ano das eleições, Minas Gerais tem um cenário indefinido, competitivo e com espaço para movimentações decisivas.