Preço de Flávio para deixar a disputa pela Presidência seria Bolsonaro 'livre nas urnas'

Depois de afirmar que teria “um preço” para desistir da disputa pela Presidência, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sinalizou que essa exigência seria ver Jair Bolsonaro (PL) “livre, nas urnas”. O filho mais velho do ex-presidente defende uma anistia para condenados pelo 8 de Janeiro de 2023, medida que também alcançaria o próprio pai. Além do perdão, ele quer a revogação das inelegibilidades impostas a Bolsonaro.

“A única forma disso acontecer [da desistência] é se Bolsonaro estiver livre, nas urnas, caminhando com seus netos, pelas ruas de todo o Brasil. Esse é meu preço”, disse Flávio Bolsonaro em entrevista à TV Record.

Flávio informou que, nesta segunda-feira (8/12), pretende se reunir com lideranças de diversas siglas, incluindo os presidentes Valdemar Costa Neto (PL), Antonio Rueda (União) e Ciro Nogueira (PP), além do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Ele acrescentou que gostaria de ter também a presença do presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP), e que ainda fará o convite para que ele participe da conversa.

Ele repetiu que seu “preço” seria a garantia de justiça, não apenas para Bolsonaro, mas também, segundo disse, para os quase 60 milhões de brasileiros que estariam “sequestrados” junto ao ex-presidente. Acrescentou que, por isso, não haveria volta e que sua pré-candidatura à Presidência é uma decisão “muito consciente”.

Apesar das sinalizações de que poderia, em algum momento, reconsiderar sua permanência na corrida, Flávio descarta abrir mão da disputa em favor de outra chapa. Ele afirma que sua candidatura está mantida e não será retirada: “O nome Flávio Bolsonaro está colocado e não sai”.

Barganha

No domingo (7/12), dois dias depois de anunciar sua pré-candidatura à Presidência em 2026, Flávio admitiu a possibilidade de desistir da disputa — desde que uma condição fosse atendida, embora ele não tenha detalhado qual seria.

“Olha, tem uma possibilidade de eu não ir até o fim. Eu tenho um preço para isso. Eu vou negociar, eu vou negociar. Eu tenho um preço para não ir até o fim. Só que eu vou falar para vocês (qual é o preço) na segunda-feira”, afirmou, em conversa com jornalistas após um culto.

Após “precificar” sua pré-candidatura, ele fez um aceno ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tido pelo centrão como o nome ideal para enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O Tarcísio é um cara fora de série”, afirmou. “A reação foi muito boa. Ele se mostrou de peito aberto. Foi mais uma conversa franca e sincera, como todas as que já tive com ele.”

Flávio sinalizou que enxerga Tarcísio, até então o nome mais cotado para herdar o espólio eleitoral de Bolsonaro, como candidato à reeleição ao governo de São Paulo. Ele afirmou que a direita venceria a eleição e, segundo disse, com uma diferença ainda maior de votos em relação à esquerda do que em 2022.

Em 4 de outubro de 2026, mais de 150 milhões de brasileiros voltarão às urnas para o primeiro turno das eleições gerais. Caso haja necessidade, o segundo turno ocorrerá em 25 de outubro, nas cidades com mais de 200 mil eleitores. Nessa eleição, os brasileiros escolherão o novo presidente da República, além de governadores, deputados e senadores.

Fonte: O Tempo