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Sind-UTE diz que 12 escolas estaduais na cidade podem adotar modelo cívico-militar

Ao menos quatro escolas estaduais de Uberaba já haviam sido confirmadas pela SEE/MG entre tratativas para a adoção do modelo cívico-militar, mas o Sind-UTE aponta que outras oito também estão entre as unidades em negociação estadual

Joanna Prata
Publicado em 09/07/2025 às 16:04Atualizado em 09/07/2025 às 19:47
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Um total de 12 escolas Uberaba aparecem entre as mais de 700 unidades no estado onde estaria sendo estudada a implantação do modelo. (Foto/SEE/Divulgação)

Um total de 12 escolas Uberaba aparecem entre as mais de 700 unidades no estado onde estaria sendo estudada a implantação do modelo. (Foto/SEE/Divulgação)

Conforme o Jornal da Manhã já havia noticiado, ao menos quatro escolas de Uberaba estavam em tratativas com a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) para adoção do modelo cívico-militar. Agora, uma nova lista divulgada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG) aponta que esse número pode ser bem maior: 12 escolas da cidade aparecem entre as mais de 700 unidades no estado onde estaria sendo estudada a implantação do modelo.  

As escolas de Uberaba citadas na lista são: EE Carmelita Carvalho Garcia, EE Francisco Cândido Xavier, EE Horizonta Lemos, EE Frei Leopoldo, EE Irmão Afonso, EE Aurélio Luiz da Costa, EE Professor Chaves, EE Minas Gerais, EE Corina de Oliveira, EE Felício de Paiva, EE América e EE Presidente João Pinheiro. A ampliação do modelo em Minas tem sido acompanhada com atenção pelo sindicato, que divulgou no Informe de Julho de 2025 seu posicionamento contrário à medida.

Segundo o Sind-UTE, a proposta de militarização representa um desvio de recursos que deveriam ser destinados à valorização dos profissionais da educação e à melhoria das condições pedagógicas. A entidade critica a presença de militares aposentados, que não têm formação pedagógica adequada, e questiona os salários superiores aos dos educadores. “Escola pública deve ser espaço de ensino e aprendizagem, com professores e funcionários valorizados, liberdade de expressão e compromisso com a qualidade do aprendizado — não um palco para manutenção de tropa”, diz a nota oficial.  

Em resposta, a SEE/MG afirma que o processo de expansão do modelo cívico-militar está sendo conduzido com escuta ativa das comunidades escolares. A secretaria informa que, nesta primeira etapa, assembleias serão realizadas em cada escola, reunindo gestores, professores, servidores, estudantes e familiares, para que todos os segmentos possam manifestar formalmente seu interesse na proposta. A adesão só ocorrerá após análise técnica e não será automática, mesmo em unidades com aprovação da comunidade.  

O governo estadual defende que o modelo, implantado desde 2020 em nove escolas mineiras, tem mostrado resultados positivos. De acordo com a SEE, houve avanço nos índices do Ideb, redução na evasão escolar e aumento nas taxas de aprovação. Entre os dados destacados está o crescimento do Ideb no ensino médio, que passou de 2,8 em 2017 para 4,0 em 2023, e a queda na taxa de abandono escolar, de 4,92% em 2022 para 2,96% em 2023.  

O projeto das escolas cívico-militares também foi tema de debate na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (8). Parlamentares cobraram mais transparência do governo sobre a proposta e criticaram a falta de informações oficiais à Comissão de Educação. Foi aprovada a realização de uma audiência pública para discutir o assunto nesta quinta-feira (10). Enquanto deputadas como Lohanna (PV), Andréia de Jesus (PT) e Beatriz Cerqueira (PT) manifestaram preocupação e críticas ao projeto, o deputado Coronel Henrique (PL) defendeu a iniciativa, destacando os resultados positivos em escolas já participantes.  

Com visões opostas entre sindicato e governo, o futuro do modelo cívico-militar em Uberaba ainda está indefinido. As comunidades escolares das 12 instituições citadas na lista do Sind-UTE deverão ter papel decisivo nas próximas etapas do processo, que promete seguir gerando debate entre educadores, gestores e famílias da cidade.

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