O governador Romeu Zema (Novo) alfinetou, nesta quinta (10), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma postagem na rede social, Zema lembrou da instalação de uma fábrica da Fiat no Nordeste, em 2010, no último ano do governo Lula, sugerindo que a atuação do governo, na época, teria prejudicado Minas Gerais.
A montadora tem sua principal fábrica em Betim, na região metropolitana. Mas a empresa decidiu por instalar uma nova unidade em Goiana, em Pernambuco, em vez de Minas. O anúncio foi feito em dezembro de 2010, no final da gestão do então presidente Lula, que é natural de Pernambuco. Um mês antes, o governo federal havia editado uma medida provisória concedendo incentivos fiscais tributários, um dos motivos apontados para a instalação da montadora no Nordeste.
Zema, que após o segundo turno tem afirmado que manterá uma relação “republicana” com o petista, alfinetou. “#tbt (sic) pra lembrar que o interesse político de Lá já tirou empregos daqui. Sigo trabalhando para que isso não aconteça outra vez. Com Minas em 1º lugar, vamos seguir atraindo empresas e despedindo a politicagem, para que os mineiros tenham cada vez mais oportunidades”, escreveu.
Nessa quarta (9), durante um evento com setor empresarial, Zema havia reafirmado a relação republicana com o governo federal em 2023 e disse que as reuniões com o futuro governo seria “questão de tempo”, afirmando que Minas é importante para o governo federal.
Em outra ocasião, no entanto, o governador ressaltou que se “houver retrocesso, não haverá diálogo” com o governo Lula.
O governador preferiu não manifestar publicamente apoio no primeiro turno da eleição presidencial, o que lhe rendeu votos de eleitores de Lula. Mas, no segundo turno, entrou de cabeça na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), coordenando os atos em Minas Gerais. Zema organizou agendas com prefeitos e desferiu críticas ferrenhas ao PT.
A ação surtiu efeit a diferença de cerca de 5% dos votos válidos do primeiro turno favorável a Lula caiu para menos de 0,5% no segundo turno.