A informação de que no ano que vem o salário mínimo pode chegar a R$ 510 não foi aprovada por lideranças na cidade. Ocorre que, como prevê a Lei Orçamentária Anual para 2010, o salário seria de R$ 505,90, porém, decisão da Comissão Mista de Orçamento elevou esse valor para R$ 510. Para o diretor executivo da Associação Comercial Industrial de Serviços em Uberaba (Aciu), Vitor Aragão Neto, o reajuste do salário acima da inflação causará um aumento do custo generalizado da economia. “Por um lado, é bom, pois é um maior ganho real do salário, porém o que temos observado é que o governo está elevando a cobrança de impostos, enquanto a produção não acompanha esse crescimento. Por isso seria mais prudente que o salário fosse de R$ 505, como previsto”, afirma. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Marcelo Árabe, o aumento da renda cria um clima de oportunidades de negócios, trazendo consequências positivas para o consumo, redução da inadimplência, ampliação da disponibilidade do crédito e aumento da poupança. “Por outro lado, esse aumento real significativo pode causar efeitos fiscais negativos para os pequenos municípios. Há, também, o agravante de que aumentos muito expressivos podem tanto inibir a geração de emprego como deteriorar as relações de trabalho, penalizando sua qualidade”, afirma. A economista Silvia Bisinoto lembra, ainda, que a medida poderá pesar no bolso do governo já que implica mais gastos para corrigir benefícios da Previdência Social.