O diretor institucional do Hospital Hélio Angotti, ex-deputado Narcio Rodrigues, fez um alerta sobre a gravidade da situação financeira da instituição, que enfrenta bloqueios judiciais recorrentes em razão de passivos trabalhistas. Segundo ele, as medidas vêm comprometendo o funcionamento do hospital e colocando em risco avanços recentes na área oncológica.
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“Em 30 dias de setembro, nós tivemos 26 dias de bloqueio, e nos 10 primeiros dias de outubro, tivemos 10 dias de bloqueio”, relatou Nárcio. De acordo com ele, os bloqueios estão ocorrendo até mesmo sobre recursos que, por lei, não poderiam ser retidos, como emendas parlamentares. “O hospital não pode, por exemplo, ter recursos de emendas bloqueados, mas isso está acontecendo. É uma situação absurda e que precisa ser compreendida pela Justiça do Trabalho”, afirmou.
O diretor explicou que o passivo trabalhista acumulado é praticamente impagável para uma instituição filantrópica. “Nenhum hospital filantrópico do Brasil dá conta de pagar um passivo desse tamanho. O Hélio Angotti não é exceção. O que a atual diretoria está propondo é um acordo para pagar valores mensais dentro do que é possível, de forma que a Justiça possa administrar esses repasses com equilíbrio”, disse.
Apesar das dificuldades, Narcio ressaltou que a atual gestão tem trabalhado para profissionalizar a administração e alongar as dívidas, o que tem permitido avanços estruturais e tecnológicos. “Um dos grandes segredos do hospital, nos últimos tempos, foi alongar sua dívida, não é parar de pagar. Hoje, o Hélio Angotti está muito mais saneado, mesmo diante desse passivo trabalhista”, explicou.
O ex-deputado também alertou que os bloqueios judiciais podem paralisar atendimentos e afetar diretamente os pacientes. “Essa situação não compromete apenas o pagamento de fornecedores e funcionários, o que já é grave. Ela ameaça até mesmo o atendimento dos pacientes. Estamos anunciando conquistas importantes, como novos equipamentos e programas de prevenção, mas tudo isso pode parar porque o hospital está amordaçado, impedido de funcionar”, lamentou.
Para Narcio, é urgente que haja um entendimento entre a Justiça e a direção do hospital. “Esperamos superar essa dificuldade nos próximos dias, porque o hospital está cumprindo o seu papel, oferecendo programas de prevenção que nem teria obrigação de fazer. Mas o bloqueio dos recursos ameaça inclusive a continuidade dessas ações”, concluiu.