O Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) de Uberaba tem observado mudanças no perfil de usuários que buscam testagem e acompanhamento. Segundo o gerente da unidade, Lucas Lopes, a procura por exames aumentou entre adolescentes e idosos, mas o número de diagnósticos positivos nessas faixas etárias permanece estável.
Ao JM, Lucas explicou que o CTA atende usuários a partir dos 14 anos. Entre os adolescentes, ele destaca crescimento significativo da busca por exames, o que pode estar ligado ao início da vida sexual. Apesar disso, não houve elevação proporcional nos resultados positivos. “Tem aumentado bastante o número de testagem. Mas a quantidade de infectados se manteve. Não percebi alteração”, disse o diretor do centro.
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Entre os idosos, o movimento é semelhante. O gerente aponta aumento na procura rela realização de testes e explica que esse fenômeno está relacionado à maior longevidade sexual proporcionada pelo uso de medicamentos. “Cresceu porque, com o uso dos fármacos, eles estão tendo uma vida sexual mais prolongada. E muitos, por desconhecimento, não utilizam o preservativo”, relatou.
A boa notícia, segundo ele, é que o público mais velho, que antes pouco buscava o serviço, agora demonstra maior consciência da importância do cuidado. “Eles não nos procuravam muito, agora estão indo. E o interessante é que eles estão tendo consciência que precisam se cuidar”, completou.
Vale ressaltar que casos envolvendo crianças menores, geralmente relacionados à transmissão vertical (que passa de mãe para filho) são acompanhados pelo Hospital de Clínicas da UFTM, que dispõe de infectopediatra.
Atendimento psicológico exclusivo
Dos 14 anos até a terceira idade, o CTA conta com psicólogas exclusivas do serviço, que acompanham os usuários sempre que há indicação após o resultado dos exames. Segundo ele, o atendimento é contínuo e pode se estender pelo tempo necessário, até que o profissional determine alta.
Lucas Lopes destaca um dos pilares do atendimento, que é sigilo absoluto sobre as informações dos pacientes, o que reforça a permanência do tratamento dentro da própria unidade. “Recebeu o resultado, viu a necessidade de passar por tratamento psicológico, a profissional já inicia o atendimento, que é sigiloso e nem mesmo familiares podem acompanhar. O que ele conversou com a psicóloga, ninguém nem se preocupa em saber. O que o paciente conversa comigo na minha sala, fica ali, ninguém tem acesso a nada”, explica.
Por isso, a transferência para outro profissional só ocorre quando o próprio usuário solicita. “Se for a pedido dele, ele pode ir. Não tem problema nenhum. Assim como ele pode escolher fazer o tratamento até mesmo em outra cidade. Ele escolhe aonde ele quer se tratar”, finaliza o gerente do CTA.