Falta de insumo paralisa fábrica da Mosaic em Araxá

A Mosaic Company comunicou nesta terça-feira (16) a suspensão temporária da fabricação de superfosfato simples (SSP) na unidade de Araxá, no Alto Paranaíba, decisão que também alcança as operações da Fospar, no Paraná. Segundo a empresa, a medida foi motivada pela forte elevação no custo do enxofre, insumo essencial para esse tipo de fertilizante, o que levou à interrupção específica dessa linha de produção.   

De acordo com a companhia, a paralisação tem caráter pontual e não representa o encerramento das atividades industriais. A Mosaic informou ainda que optou por interromper novas aquisições de enxofre enquanto acompanha o comportamento do mercado. A expectativa é de que o cenário seja reavaliado em um prazo aproximado de 30 dias, período no qual os planos operacionais poderão ser ajustados conforme a evolução dos preços das matérias-primas.   

Durante a suspensão, a empresa informou que os trabalhadores diretamente ligados à produção de SSP entrarão em regime de férias, além da realização de manutenções programadas nas unidades afetadas. O número de funcionários envolvidos não foi divulgado. Em Araxá, a decisão é acompanhada com atenção por lideranças regionais, já que o setor de fertilizantes tem peso relevante na economia do Alto Paranaíba.   

A paralisação anunciada agora se soma a outras movimentações recentes da Mosaic na região. Em outubro, a companhia já havia interrompido, por cerca de dois meses, as atividades do complexo de mineração no distrito de Salitre de Minas, em Patrocínio. Na ocasião, a empresa afirmou que a medida estava ligada à reorganização de estoques e ao cumprimento de contratos firmados, sem impacto direto sobre o mercado ou a produção local, adotando um regime especial de trabalho para parte dos empregados.   

Nos últimos meses, a Mosaic também avançou na venda de ativos no Brasil, incluindo uma unidade de mineração de fosfato inativa em Patos de Minas e a alienação da operação de potássio em Sergipe. Segundo a empresa, essas decisões fazem parte de uma estratégia de concentrar investimentos em áreas consideradas prioritárias e com maior retorno, movimento que vem sendo acompanhado de perto por municípios do Alto Paranaíba, diante dos reflexos econômicos e trabalhistas na região.