SEM ATENDIMENTO

Alvo da Operação Carbono Oculto, BK não paga comerciantes de Uberaba

Nota da antiga operadora do Tíquete Alimentação da Prefeitura diz que, em virtude de ação policial, foi alvo de bloqueio financeiro, o que impede o cumprimento dos compromissos

Marconi Lima
Publicado em 03/09/2025 às 17:32Atualizado em 04/09/2025 às 09:00
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No último dia 30 de agosto, data prevista para o repasse do BK Bank a seus conveniados em Uberaba, os pagamentos não foram realizados. Com isso, todos os estabelecimentos que operavam com recebimento do antigo cartão alimentação da Prefeitura suspenderam o atendimento.

A operadora BK Bank enviou nota às empresas locais, na qual alegou que, em razões de operações policiais realizadas na semana passada, a Justiça determinou o bloqueio financeiro da instituição, o que impede o cumprimento de compromissos.

Ainda na nota, o BK garante estar empenhado em garantir a continuidade dos serviços e o cumprimento de todas as obrigações junto aos clientes. A empresa ainda declarou que todas as medidas legais foram adotadas para que possam retornar à normalidade o mais rápido possível.

O BK Bank operou o fornecimento dos cartões alimentação para os servidores municipais a partir de setembro de 2022. O encerramento do contrato com a Prefeitura de Uberaba foi anunciado no final do primeiro semestre deste ano e a última recarga para os usuários ocorreu em 15 de agosto.

A descoberta de maquininhas de pagamento em casas de apostas clandestinas, em Santos, levou investigadores a identificar o BK Bank como um dos pilares da organização criminosa desmantelada pela Operação Carbono Oculto. Segundo o Ministério Público, a instituição, que nasceu em 2012 como microempresa em Ribeirão Preto e se tornou fintech em 2022, movimentou cifras bilionárias sob suspeita de lavagem de dinheiro.

De acordo com o Coaf, somente entre 2022 e 2024 a fintech registrou R$17,75 bilhões em operações suspeitas, dos quais R$2,22 bilhões vieram da distribuidora de combustíveis Aster, seu principal cliente. Já a Receita Federal apontou que, entre 2020 e 2024, o BK movimentou R$46 bilhões, aproveitando brechas regulatórias que dificultavam o rastreamento individualizado de clientes.

As autoridades identificaram que o banco operava por meio de “contas bolsão”, que mesclavam recursos de diferentes origens, dificultando a identificação dos depositantes. Apenas entre 2022 e 2023 foram registrados R$61 milhões em depósitos em espécie – prática considerada incompatível com o perfil de uma instituição de pagamento. A investigação também relaciona o BK Bank a núcleos criminosos ligados a fraudes em combustíveis, jogos de azar e até ao PCC.

A Prefeitura de Uberaba realizou nova licitação e a Verocheque, da cidade de Ribeirão Preto (SP), foi a vencedora, para fornecer o cartão alimentação a servidores municipais, substituindo o BK Bank.

Por meio de nota, a Secretaria de Administração informa que, diante do fato nacional envolvendo o BK Bank, que surpreendeu a todos, o jurídico municipal está estudando alternativas para orientar comerciantes sobre como proceder na busca de solução. Contudo, ressalta que a Prefeitura não tem nenhuma autonomia para intervir sobre os acordos firmados entre os estabelecimentos comerciais e o BK Bank.

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