(Foto/Divulgação)
Em resposta a notas de repúdio publicadas sobre o “Grito dos Excluídos”, programado para domingo (7), e em apoio à Arquidiocese de Uberaba, que é promotora do evento, o Fórum dos Trabalhadores de Uberaba (FTU) distribuiu manifesto em que reafirma o compromisso com as pastorais e movimentos populares na organização.
De acordo com a publicação, o Grito dos Excluídos é um processo de mobilização popular permanente, que denuncia a exclusão e anuncia alternativas de vida digna. Para este ano, os organizadores decidiram colocar no centro do debate o cuidado com a casa comum e a defesa da democracia e da soberania nacional.
Conforme o FTU, o Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba (SRU) acusa os trabalhadores e a Arquidiocese de incitarem a divisão entre as classes sociais. O Fórum diz que o que fere a unidade do povo é a concentração de riqueza em poucas mãos, “enquanto milhões vivem sem moradia, sem comida e sem dignidade”.
Para o FTU, é grave tentar constranger a igreja quando ela se coloca ao lado dos pobres, como fez Jesus Cristo. A entidade conclui afirmando que a sociedade sabe reconhecer quem semeia solidariedade e quem cultiva apenas discórdia.
Nesta semana, o SRU divulgou nota de repúdio contra a Arquidiocese de Uberaba, pela participação do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Grito dos Excluídos. O SRU classificou o MST como movimento ilegal e terrorista.
O SRU também acusou a Arquidiocese de fomentar a divisão entre classes e de se afastar de sua missão religiosa de promover a união.
O Grito dos Excluídos é uma mobilização nacional, criada em 1995 a partir de discussões realizadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), com o objetivo de dar visibilidade a demandas de grupos historicamente marginalizados. A escolha do dia 7 de setembro busca ser um contraponto simbólico ao Grito da Independência, levantando pautas que, segundo os organizadores, são “sufocadas ou ignoradas pela sociedade e pelo poder público”.
A edição de 2025 em Uberaba traz como tema “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia” e aborda temas como a taxação de grandes fortunas, o fim da jornada 6x1, a crítica ao chamado “tarifaço estadunidense”, a oposição às escolas cívico-militares e o apoio à causa palestina.