Câmara Municipal de Veríssimo recuou na votação do Projeto de Lei que pretendia instituir a taxa de iluminação pública naquele município. Matéria recebeu pedido de vista na sessão plenária de sexta-feira, 23, em manobra creditada à base governista para retardar a discussão.
O advogado e vereador Geovane Oliveira Soares (DEM), contrário à proposta, afirmou que a publicação da reportagem no JM enfatizando a reação negativa da população gerou grande concentração popular na Câmara, na noite de sexta-feira, “afugentando” os que pretendiam votar favorável à criação da taxa.
Dos nove vereadores, três haviam declinado parecer contrário. Além do democrata, incluem-se o presidente da Câmara, Hamilton de Oliveira (PMN), e Gedeam Rodrigues Oliveira (PRTB). O petista Adalberto Luís da Costa desfalcou a base aliada, não comparecendo à sessão.
Integrante da comissão específica para analisar o projeto, o vereador Vicente de Paula (PMN) definiu voto favorável à discussão da matéria na sexta-feira. Entretanto, no entender de Geovane Soares, o colega de plenário assumiu atitude contraditória ao aprovar o pedido de vista do vereador Nilton Tibery (DEM).
“A chance de a população ganhar passou”, analisa o democrata Geovane Soares. Segundo ele, o projeto de lei tramita há meses na Câmara sem apreciação efetiva. Desde 1994, o Executivo tenta aprovar a instituição da taxa de iluminação pública, sem sucesso. O projeto estabelece a criação baseada na proporcionalidade de consumo por quilowatts/hora, estipulada na tabela da Cemig.
Os percentuais oneram o consumidor, de acordo com as afirmações do vereador Geovane Soares, que alegou, ainda, serem as ruas muito escuras com postes mal distribuídos. “A população está indignada quanto à postura da Câmara, mas vamos continuar lutando para a rejeição da matéria”, finalizou o democrata.