O vereador Marcelo Machado Borges, o Borjão, tachou de imoral a decisão da Executiva Estadual do PMDB de que o Diretório de Uberaba não incorreu em infidelidade nas eleições de 2010, mesmo tendo apoiado José Luiz Alves (PSL) para deputado estadual, à revelia da candidatura própria encabeçada por Tony Carlos.
No fim do ano passado, Borjão representou contra o comando local peemedebista por conta do posicionamento adotado no pleito e agora, apesar de o partido ter anunciado que vai enquadrar mais de cem representações no Estado, não haverá reflexos no município.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, o presidente da Executiva, deputado federal Antônio Andrade, garantiu que não há motivo para dissolução ou punição por infidelidade, porque o diretório seguiu a recomendação de apoiar o candidato majoritário e pelo menos um nome à disputa proporcional. Para Borjão, “o PMDB pode queimar seu Estatuto e Código de Ética, porque o posicionamento do líder partidário é vergonhoso diante do comportamento infiel dos membros da sigla”.
Peemedebista histórico – é filiado desde 1984 –, o vereador assegura que nunca mediu esforços para o engrandecimento da legenda, por acreditar num partido firme e coeso, com diretrizes claras e uma linha de conduta séria, mas não descarta uma mudança de rumo. Ele diz que vai se sentar com as pessoas que o ajudaram a se eleger para tomar um posicionamento quanto à sua permanência no PMDB. Borjão sequer confirma sua presença no encontro regional que a sigla promove em Uberaba, no dia 30 de abril, sábado.
O peemedebista também não poupou Tony Carlos, a quem hipotecou apoio incondicional no pleito do ano passado. Em sua opinião, quem deveria se manifestar sobre a polêmica é o correligionário, que teve a candidatura prejudicada justamente por conta da posição do Diretório local de fazer campanha para outro. “Ele foi humilhado pelo prefeito Anderson Adauto e é sistematicamente desprezado pela administração do PMDB, e agora fica tentando pegar a legenda, buscando ansiosamente uma vaga, enquanto deveria ter uma posição mais firme. Se fosse eu, já tinha saído do partido”, dispara Borjão, para quem o Brasil vive a decadência política.