POLÍTICA

Diplomado, Lula discursa contra Bolsonaro e diz que STF e TSE tiveram "coragem"

Presidente eleito se emocionou durante solenidade e afirmou que as eleições de outubro foram 'uma disputa entre duas visões de mundo e de governo'

O Tempo
Publicado em 12/12/2022 às 15:32Atualizado em 26/12/2022 às 23:00
Compartilhar

 Ministro Alexandre de Moraes durante entrega de diploma ao presidente eleito Lula (PT) (Foto/Ricardo Stuckert)

O futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi diplomado e teve a eleição reconhecida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na tarde desta segunda-feira (12). Em seu discurso, o petista fez ataques ao presidente Jair Bolsonaro (PL) - sem citar o nome do mandatário - e defendeu o sistema de Justiça do Brasil. Para Lula, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o TSE tiveram "coragem" em defender a democracia durante o processo eleitoral.

"Quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular. Cumprimento cada ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis. A história há de reconhecer sua coerência e fidelidade à Constituição", afirmou.

O petista declarou que "poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova, e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida". Ele acrescentou que "a democracia precisa ser todos os dias defendida daqueles que tentam, a qualquer custo, sujeitá-la a seus interesses financeiros e ambições de poder" e que "não faltou quem a defendesse neste momento tão grave da nossa história".

Ao apontar o antagonismo a Bolsonaro, Lula frisou que as eleições foram "uma disputa entre duas visões de mundo e de governo", e não "entre candidatos de partidos políticos com programas distintos". Segundo ele, de um lado estava "o projeto de reconstrução do país, com ampla participação popular", enquanto do outro havia "um projeto de destruição do país ancorado no poder econômico e numa indústria de mentiras e calúnias jamais vista ao longo de nossa história".

"Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo.

Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo. Ameaçaram as instituições. Criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público", afirmou.

Lula acrescentou que houve, ainda, intimidação dos mais vulneráveis com ameaças de suspensão de benefícios e de demissão sumária de trabalhadores por ameaças políticas de empregadores. "Quando se esperava um debate político democrático, a Nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais. Eles semearam a mentira e o ódio, e o país colheu uma violência política que só se viu nas páginas mais tristes da nossa história", frisou durante seu discurso.

O petista apontou que há um desafio mundial à democracia, "talvez maior do que no período da Segunda Guerra Mundial", com "inimigos" que "usam e abusam dos mecanismos de manipulações e mentiras". Lula defendeu um combate a nível global para o problema, com tecnologias avançadas e uma legislação internacional "mais dura e eficiente".

"Que fique bem clar jamais renunciaremos à defesa intransigente da liberdade de expressão, mas defenderemos até o fim o livre acesso à informação de qualidade, sem mentiras e manipulações que levam ao ódio e à violência política", disse o petista, defendendo instituições fortes e representativas e harmonia entre os Poderes, "com um eficiente sistema de pesos e contrapesos que iniba aventuras autoritárias".

No início de sua fala, Lula se emocionou e chegou a chorar ao lembrar de sua primeira diplomação, em 2002, e citar a "ousadia do povo brasileiro em conceder – para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário – o diploma de presidente da República". O presidente eleito declarou o compromisso de "fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados", além de defender alimentação de qualidade, emprego, saúde, educação, segurança e moradia como componentes da democracia.

Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), foram diplomados nesta segunda-feira (12) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ato reconhece a vitória da chapa no pleito realizado em outubro deste ano e torna os políticos aptos a tomarem posse em 1º de janeiro de 2023.

Fonte: O Tempo Veja a transmissão da solenidade de diplomaçã 

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por