MINERAÇÃO ILEGAL

Esquema de corrupção em órgãos do governo de MG pode afetar pretensões eleitorais de Zema

Operação da PF que revelou a emissão de licenças ambientais fraudulentas a mineradoras deve dar munição a opositores do governador em 2026, diz especialista

Clarisse Souza/O Tempo
Publicado em 19/09/2025 às 08:48
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A operação Rejeito, da Polícia Federal, que lançou luz, na última quarta-feira (17/9), sobre a atuação de servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) em um esquema de cobrança de propina para a emissão ilegal de licenças ambientais a mineradoras, pode respingar nas pretensões eleitorais do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que é pré-candidato à Presidência da República.

À frente do Executivo estadual desde 2019, Zema enfrenta agora o maior escândalo em seu governo, exatamente no momento em que busca nacionalizar seu nome para a corrida presidencial do ano que vem. Segundo especialistas, a operação dá munição a eventuais adversários em 2026.

O chefe do Executivo estadual oficializou a pré-candidatura ao Palácio do Planalto em 16/8, durante evento em São Paulo, mas antes disso já havia intensificado as críticas à esquerda, com foco principalmente na gestão do presidente Lula. 

Entretanto, agora, a operação da PF deflagrada nesta semana se tornou combustível para que parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) elevassem o tom contra o governador e a empreitada eleitoral dele. 

“O governador Zema está pactuando com um crime de sonegação de impostos e quer ser presidente do país. Não vai conseguir chegar lá”, disparou o deputado Lucas Lasmar (Rede), nessa quinta-feira (18/9), em audiência na ALMG. A declaração ocorreu quando o parlamentar comentava o fato de a investigação ter identificado projetos em andamento vinculados à organização criminosa com potencial econômico de cerca de R$ 18 bilhões.

Diante da forte repercussão nacional das investigações, Zema até tentou optar pelo silêncio, reduzindo a manifestação do governo a um posicionamento institucional conduzido pelo secretário de Comunicação, Bernardo Santos. A estratégia, porém, pegou mal. 
Além de mais críticas dos parlamentares, a postura provocou reações negativas nas redes sociais. “Cadê você, Zema? O que tem a dizer sobre o escândalo na mineração?”, questionou um seguidor do governador no Instagram. “Fale sobre a corrupção do seu governo sobre o meio ambiente”, publicou outro. Zema acabou comentando o caso na tarde dessa quinta (18/9), ao ser provocado por jornalistas. 

Impacto eleitoral

O cientista político Adriano Cerqueira, professor da Ufop, avalia que a demora de Zema em se manifestar pode ter sido pautada pela cautela, diante da necessidade de elucidar o grau de envolvimento dos servidores estaduais no esquema. O especialista destaca, entretanto, que a postura também foi pensada do ponto de vista eleitoral, “já que ele vai tentar se candidatar em uma chapa presidencial”, ressaltou. 


Professor do Departamento de Ciência Política da UFMG, Lucas Gelape também considera haver indícios de que a estratégia levou em consideração os possíveis danos políticos ao objetivo eleitoral do governador. Ele analisa, porém, que as implicações do escândalo em uma campanha de Zema para a Presidência em 2026 serão inevitáveis. “Obviamente esse assunto será trazido à tona durante a disputa eleitoral. Isso abre um flanco para que os adversários possam ‘bater’ nele”, afirmou. 

Fonte: O Tempo

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