Servidores públicos municipais de Veríssimo estão revoltados diante do corte de gratificação regulamentada por decreto
Servidores públicos municipais de Veríssimo estão revoltados diante do corte de gratificação regulamentada através de decreto há mais de doze anos. O benefício, que representa 2/3 do salário, foi suspenso pelo prefeito Luiz Carlos da Silva, o Luizinho do Doca (PV). A denúncia chegou à redação do Jornal da Manhã através de vários servidores prejudicados com o corte que, em alguns casos, chega a R$400. Não é a primeira vez que a polêmica acontece no município. Em 2009, vários funcionários cruzaram os braços diante do corte de horas extras realizado pelo prefeito, o que atingiu cerca de 200 servidores públicos municipais.
A comunicação sobre o corte da gratificação foi realizada no fim da semana passada, através de um informativo interno, fixado no relógio de ponto dos servidores, tendo como justificativa que o benefício não poderia ser pago devido à folha de pagamento do município estar no limite perante a Lei de Responsabilidade Fiscal. A revolta dos servidores é que, no mesmo dia, a Câmara Municipal de Veríssimo aprovou Projeto de Lei, de autoria do Executivo, autorizando uma contratação cujo salário é de R$2.800. “Se querem economizar porque a folha está estourada, por que fazer uma contratação de uma pessoa com o salário alto?”, questiona um dos servidores prejudicados com a medida.
De acordo com Luizinho do Doca, o corte não é considerado ilegal, pois foi feito com base em parecer jurídico da Procuradoria-Geral do município. “Esta gratificação de dois terços do salário é inconstitucional e o jurídico me orientou a fazer a suspensão deste benefício”, garante. Ainda segundo ele, o corte atingiu apenas 22 servidores públicos municipais. Luizinho do Doca também confirma que a folha de pagamento está praticamente no limite ao defender o corte da gratificação. “Nós estamos com 53% do orçamento empenhados com a folha de pagamento e preciso fazer cortes no que é ilegal, senão o município será responsabilizado”, justifica.
Ele também esclarece que a categoria recebeu recente aumento de R$155, elevando o salário mínimo para R$700, impactando em mais de R$50 mil o orçamento municipal. “Nós pagamos o maior salário mínimo para os servidores na região”, finaliza.