Após a fase de plantio, que tem duração estimada de dois anos, a nova cultivar poderá ser registrada junto ao Mapa (Foto/Reprodução)
Os trabalhos desenvolvidos por pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), com foco no desenvolvimento de uma nova cultivar de soja com características especiais para a alimentação humana, estão em fase final.
A Epamig, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fundação Triângulo de Pesquisa e Desenvolvimento, de Uberaba, iniciou os estudos em 2006, atuando no desenvolvimento de cultivares de soja, tanto convencionais, voltadas à alimentação humana, quanto transgênicas, com alto potencial em atributos como aparência, sabor, cor do tegumento e do hilo, além de características agronômicas aprimoradas.
A partir de 2015, com o encerramento da parceria, a Epamig deu continuidade às pesquisas com soja destinada à alimentação humana.
Para o desenvolvimento da nova cultivar de soja convencional para a alimentação humana, os pesquisadores optaram por cruzamentos a partir de variedades com propriedades consideradas ideais, como grão de cor marrom ou preta, tamanho expressivo e teor de proteína elevado.
As cultivares BRSMG 715A, BRSMG 790A e BRSMG 800A, registradas pela Epamig, atendem aos atributos desejados e foram utilizadas no processo de cruzamento que segue avançando em gerações e, atualmente, chega à sua etapa final.
“Conseguimos definir que os trabalhos estão próximos de serem finalizados quando existe uma uniformidade e número expressivo de plantas, o que permite a repetição das parcelas para a realização de avaliações e análises estatísticas. A partir desse cenário, conseguimos identificar os materiais com melhor desempenho”, explicou a pesquisadora da Epamig Ana Cristina Juhász.
“Por meio de diversos equipamentos e tecnologias, buscamos avaliar todos os aspectos: o desempenho agronômico, o ciclo de produção, o porte das plantas, a inserção da primeira vagem, entre outros. Todos os critérios são analisados parcela por parcela”, complementa Ana.
A pesquisadora também ressaltou que, após a fase da colheita, os grãos são processados para que sejam realizadas análises relativas às características gustativas e tempo de cozimento.
Para que o trabalho de pesquisa seja finalizado, será necessário o plantio da nova cultivar em outras duas Regiões Edafoclimáticas de Cultivo (REC), que são as áreas definidas por condições específicas de solo, clima e latitude, contribuindo para orientar o cultivo mais adequado da variedade.
Após a fase de plantio, que tem duração estimada de dois anos, a nova cultivar poderá ser registrada junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).